Cidades do interior de SP voltam a registrar tempestade de areia
Fenômeno foi gravado por moradores. Rajadas de vento chegaram a 75 km/h e atingiram municípios como Ribeirão Preto e Barretos
São Paulo|Agência Brasil
Algumas cidades no interior de São Paulo voltaram a registrar tempestades de areia nesta quinta-feira (14). O fenômeno foi observado por moradores da região de Ribeirão Preto, Brodowski, Colômbia, Barretos, Batatais, São Joaquim da Barra, Pitangueiras, Pirassununga, Sertãozinho, Serrana e Jardinópolis.
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De acordo com o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Franco Villela, as tempestades registradas ontem são similares às que aconteceram no dia 26 de setembro, mas com um caráter mais esparso.
“O diferencial da tempestade desta quinta-feira da outra é que essa teve caráter mais esparso, com chuvas fortes e com rajadas de vento muito fortes. No aeroporto de Ribeirão Preto foram medidos 75 km/h, mas, olhando as fotos, a gente pode dizer que em alguns pontos mais isolados pode ter chegado até os 100 km/h”.
Queimadas e arado
Segundo o meteorologista, as rajadas de ventos são típicas da primavera. “Os ventos dessas rajadas são bastante típicos da primavera, mas como a gente teve aí um período muito seco, e estão começando a se restabelecer as chuvas, mas, ainda assim, tem muitos terrenos que foram queimados em toda uma extensão. Desde Ribeirão Preto até o norte do estado você vai observando que tem áreas muito grandes que foram queimadas, reduzindo a cobertura vegetal."
Villela ressaltou que, junto à queimada, há o gradeamento. “Aliado a isso, tem ainda técnicas agrícolas do gradeamento, que é o arado. Então, esse solo, em grandes extensões de solo nu, quando faz calor e precede a chegada dessas tempestades, os ventos dessa tempestade levantam muita poeira mesmo. É poeira misturada com muito solo, então é efeito dessa técnica do gradeamento e também dos incêndios [ocorridos em agosto e setembro]."
Previsão
Segundo o meteorologista, para o fim de semana a previsão é de tempestade, mas para formar essa condição com a areia, depende do solo.
“A tempestade de poeira depende muito da condição do solo, mas, como já choveu ontem, esse solo fica mais pesado. Isso já dificulta mais. Onde teve chuvas mais fracas o solo fica mais agregado e mais pesado, precisando de ventos mais fortes ainda, mas existe esse potencial ainda de ocorrer, não só na região do interior, mas em qualquer parte do estado. Mas, se houver, deve ser mais parecido com o que houve ontem, e não com o que houve no 26 de setembro, que formou uma extensão muito grande”, afirmou o meteorologista.