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Cinemateca começou como clube e pegou fogo 4 vezes. Veja cronologia

Responsável pela preservação da produção audiovisual do país e dona do maior acervo da América do Sul tem sua origem em 1940

São Paulo|Do R7, com informações da Agência Estado

Incêndio atinge galpão da Cinemateca em São Paulo
Incêndio atinge galpão da Cinemateca em São Paulo

Atingida por outros quatro incêndios ao longo da sua história, a Cinemateca Brasileira viu nesta quinta-feira (29) seu galpão localizado na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, ser consumido pelo fogo. As outras quatro vezes que as chamas destruíram parte do acerto da Cinemateca ocorreram em 1957, 1969, 1982 e o mais recente, em 2016.

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O galpão destruído nesta quinta abriga o acervo fotográfico da instituição, de acordo com site da instituição, responsável pela preservação da produção audiovisual do país e que abriga o maior acervo da América do Sul. O prédio principal da Cinemateca Brasileira, localizado na Vila Mariana, na zona deul de São Paulo, não foi atingido.

A origem da Cinemateca remete ao ano 1940, quando intelectuais se reuniram para estudar cinema. Fechado pelo Estado Novo e resgatado em 1946, o clube virou Filmoteca e em 1956 se transformou na Cinemateca Brasileira.

Confira a cronologia:


1940

Origem da Cinemateca quando Paulo Emílio Sales Gomes, Décio de Almeida Prado, Antonio Candido de Mello e Souza, entre outros, fundam o Primeiro Clube de Cinema de São Paulo, que se propõe a estudar o cinema como arte independente por meio de projeções, conferências, debates e publicações.


1941

O Primeiro Clube é fechado pelos órgãos de repressão da ditadura do Estado Novo.


Prédio principal da Cinemateca Brasileira, na Vila Mariana, zona sul da capital
Prédio principal da Cinemateca Brasileira, na Vila Mariana, zona sul da capital

1946

O Segundo Clube de Cinema de São Paulo é criado por Francisco Luiz de Almeida Salles, Rubem Biáfora, Múcio Porphyrio Ferreira, Benedito Junqueira Duarte, João de Araújo Nabuco, Lourival Gomes Machado e Tito Batini, buscando estimular o estudo, a defesa, a divulgação e o desenvolvimento da arte cinematográfica no Brasil.

1949

É aprovado um acordo entre o recém-criado Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP e o Clube, para a criação da Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo.

1951

Paulo Emílio é nomeado vice-presidente da FIAF - Federação Internacional de Arquivos de Filmes.

1954

Paulo Emílio assume a direção da Filmoteca, como conservador-chefe, contando com a ajuda de Rudá de Andrade e Caio Scheiby.

1956

A Filmoteca se desliga do Museu de Arte Moderna, transformando-se em Cinemateca Brasileira, uma sociedade civil sem fins lucrativos.

1957

Em 28 de janeiro, um incêndio causado pela autocombustão sofrida pelos filmes em suporte de nitrato de celulose destrói suas instalações na Rua Sete de Abril.

1961

A Cinemateca torna-se uma fundação, personalidade jurídica que lhe permite estabelecer convênios com o poder público estadual.

1962

Criação da Sociedade Amigos da Cinemateca - SAC, sociedade civil cuja finalidade é auxiliar financeiramente a Fundação Cinemateca Brasileira.

1969

Em 18 de fevereiro, acontece o segundo incêndio, na instalação no portão 9 do Parque do Ibirapuera com perda de diversos materiais documentais em suporte de nitrato.

1976

A Fundação Cinemateca Brasileira tem o reconhecimento de seu caráter de utilidade pública pelo município de São Paulo.

1982

No dia 6 de novembro, ocorre o terceiro incêndio, que agrava as dificuldades financeiras da instituição e levam à defesa de sua incorporação ao poder público.

1984

A Fundação Cinemateca Brasileira é extinta e incorporada, como órgão autônomo, à Fundação Nacional Pró-Memória.

1988

O prefeito Jânio Quadros cede à instituição o espaço do antigo matadouro da cidade. Após nove anos de reformas, a sede da Cinemateca Brasileira é definitivamente instalada na Vila Clementino.

2003

A Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura incorpora a Cinemateca Brasileira.

2008 a 2013

A Cinemateca Brasileira dá um grande impulso nas suas atividades de preservação e difusão de acervos, bem como na infraestrutura, graças a recursos investidos pelo antigo Ministério da Cultura, em parceria com a Sociedade Amigos da Cinemateca.

2013

Sob gestão de Marta Suplicy, a Cinemateca passa por uma auditoria do Ministério, tem seu diretor exonerado e vê a suspensão no repasse de verbas do Ministério da Cultura para a entidade, causando a demissão de 43% do corpo de funcionários. É o início da crise que dura até os dias atuais.

2016

Em 3 de fevereiro, ocorre o quarto incêndio, resultando na perda de 731 títulos, em mil rolos rolos de filmes em nitrato de celulose. Do total, 461 obras tinham cópias; o restante se perdeu

2016 a 2017

O antigo Ministério da Cultura, através de sua Secretaria do Audiovisual, assina contrato com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto (Acerp), organização social qualificada pelo Ministério da Educação, para execução de um projeto de preservação e acesso de acervos audiovisuais, da Cinemateca Brasileira.

2018

Em março é assinado Contrato de Gestão, parceria entre o antigo Ministério da Cultura e o Ministério da Educação, em que a Cinemateca passa a ser administrada integralmente pela Acerp por um período de 3 anos.

Maio de 2020

A Cinemateca divulga documento pedindo socorro.

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