Com a chegada do calor, saiba como se proteger em lagos e represas
Atenção com crianças, conhecer bem os locais e jamais tentar ajudar se não tiver experiência são algumas das dicas do Corpo de Bombeiros
São Paulo|Márcio Neves, do R7
Com o calor prometido por meteorologistas e a chegada do período de férias, o número de banhistas que procuram represas e lagos cresce na Grande São Paulo. Segundo a Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático), só neste ano ocorreram em média 16 afogamentos por dia e 75% deles em locais de lazer.
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No mês passado, por exemplo, quatro crianças morreram após se afogarem na represa de Guarapiranga, na zona sul de São Paulo.
"O maior risco é não conhecer bem o local. A pessoa entra caminhando normalmente e acha que pode continuar por uma longa extensão, mas estes locais têm muitos buracos que podem chegar até 12 metros de profundidade e são perigosos para quem não tem habilidade aquática", explica o capitão Francisco Laroca, que atua no 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros de São Paulo na represa de Guarapiranga, zona sul da cidade.
O Corpo de Bombeiros explica ainda que nestes locais vegetação e até lixo podem contribuir para essa falsa sensação de que o local é raso, induzindo as pessoas a se arriscarem e que muitas vezes o consumo excessivo de álcool também contribui para aumentar os riscos de um afogamento.
Segundo o capitão Laroca, uma das maneiras de reduzir os riscos é procurar locais em que há presença do guarda-vidas, tanto na terra firme, quanto em embarcações. "Todos estão equipados com radiocomunicador para que todos possam atuar na ocorrência o mais rápido possível", complementa Laroca.
Atenção com crianças
Ainda segundo dados da Sobrasa, as crianças são as principais vítimas de afogamento em todo o país. Entre as orientações estão o de manter as crianças sempre próximas e não confiar 100% em equipamentos que auxiliam na flutuação, como as boias.
"Jamais e em tempo algum tirem os olhos das crianças, mantenha uma distância de segurança de no máximo um braço de distância. Essa recomendação pode parecer redundante, mas é o principal fator de prevenção de afogamento infantil. Os responsáveis não devem se desviar fazendo uso do celular, aplicativos, música ou conversa com amigos", reforça o capitão Francisco Laroca.
Cuidado também em cachoeiras
Para quem vai descansar em locais de cachoeiras, além de riscos semelhantes ao de lagos e represas, o Corpo de Bombeiros de São Paulo lembra que é preciso ter muito cuidado em relação a força da queda d'água e com a profundidade do local.
"Não se deve aventurar e querer medir força com a natureza, muitas vezes a queda d'agua é forte e acaba gerando um refluxo fechado, que é quando a água bate no corpo e afunda a pessoa com força, dificultando que ela consiga voltar a superfície".
Em caso de emergência
Uma das principais recomendações do Corpo de Bombeiros em caso de presenciar uma pessoa se afogando, é o mais rápido possível tentar localizar um guarda-vidas e pedir que ele auxilie a pessoa em apuros e ligar para o 193 - o serviço de emergência e tentar passar o máximo de detalhes que facilitem a identificação e localização da vítima.
Caso o local não disponha de guarda-vidas, a recomendação é que uma pessoa com experiência em nado tente levar algum material flutuante até a pessoa em risco e também acionar o Corpo de Bombeiros.
"Caso não tenha devido treinamento para salvamento aquático, ou não tenha habilidade aquática para garantir a sua segurança, jamais tente salvar uma pessoa que esteja se afogando. Uma pessoa sem habilidade, nem treinamento, certamente tem risco de se tornar também uma vítima", lembra o capitão Laroca.