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Com quase 80% das UTIs cheias, SP admite criar leitos em corredores

Grande SP tem 79,1% de casos de pacientes com covid-19 nessa situação. Estado registra três internações a cada 2 minutos

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Equipe médica faz intubação em UTI para tratamento da Covid-19 do Hospital Albert Einstein
Equipe médica faz intubação em UTI para tratamento da Covid-19 do Hospital Albert Einstein

A Grande São Paulo registrou, nesta sexta-feira (5), 79,1% de ocupação em leitos de UTI Covid-19, enquanto o estado apresenta 77,4% de utilização desse tipo de assistência médica. Diante desse cenário, o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, afirmou que, se necessário, serão abertas vagas em qualquer local nas unidades hospitalares, até mesmo em corredores.

"Vamos continuar abrindo leitos e vagas dentro dos hospitais. Abriremos em qualquer local desses hospitais. Sejam nos anfiteatros, sejam nos ambulatórios, sejam nos corredores. Vai ter paciente nos corredores? Vai ter. O que não queremos é pacientes desassistidos", explicou o secretário.

Logo em seguida, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), porém, ponderou a colocação do secretário. "Entendo a preocupação e o sentimento de um médico infectologista, mas não queremos pacientes em corredores. Queremos atender em quarto e de forma digna e é o que vamos fazer aqui em São Paulo", disse.

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Pouco antes, Doria informou que, na segunda-feira (8), dará detalhes sobre a abertura de um hospital de campanha para dar conta da alta demanda de internações em UTIs e enfermarias. "A situação é cada vez mais grave. Pedi para que fossem liberados recursos para implantação de novo hospital de campanha", afirmou.


O tucano afirmou ainda que, apesar da abertura de um hospital de campanha, não serão abertas tendas com leitos primários. "Precisamos de quartos com equipamentos de UTI e não de tendas como já foi feito no passado", explicou. 

Gorinchteyn afirmou que o estado trabalha para identificar os pacientes com covid-19 que devem ter prioridade no atendimento. "Estamos em guerra. Diferente das guerras que costumamos ver em filmes com bombas, tiros e mortos pelas ruas, isso está acontecendo nos hospitais", assegurou. 


Segundo o secretário, na semana passada, a ocupação de leitos era de 68,8% na Grande SP e de 66% em todo o Estado. Isso significa que, a cada 2 minutos, três pacientes no estado de São Paulo são internados em UTIs ou enfermarias.

"Essa realidade está sendo vista por quem está na linha de frente nos hospitais, por aqueles que estão esperando o que fazer: quem vai viver e quem vai morrer. Exatamente essa guerra do inimigo invisível faz com que muitos neguem o que está acontecendo em nosso país, em nossa própria sociedade. Temos que conter essa velocidade de expansão da pandemia", defendeu.


Gorinchteyn ressaltou que o estado não recebeu, até o momento, o custeio mensal de R$ 245 milhões para leitos. "Nós precisamos desse recurso. E esse recurso já está consolidado nas leis", disse. "Precisamos do apoio do Conselho Regional de Medicina, de Fisioterapia e de Enfermagem para que nos ajudem com voluntários", acrescentou. 

"Numa operação de guerra, é preciso identificar quais são os pacientes com maior necessidade. Quem é o paciente que precisa de mais cuidados? Estamos avaliando quem precisa de UTI, que não precisa, quem pode ser realocados. Algumas unidades já colapsaram. Não queremos que as pessoas morram sem assistência", completou.

O secretário divulgou ainda os números de mortes e novas internações nessa semana epidemiológica. Segundo os dados, os óbitos cresceram 13,2% em relação aos sete dias anteriores. Em relação à média diária de novas internações, houve um aumento de 13,5%.

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