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Como Gegê do Mangue, cria de vila boêmia de SP, virou líder do PCC

Conheça o caminho que levou o pequeno traficante da Vila Madalena a ser um dos cabeças de uma das maiores organizações criminosas do país

São Paulo|Caio Sandin, do R7

Gegê do Mangue: de pequeno traficante da Vila Madalena para cabeça do PCC
Gegê do Mangue: de pequeno traficante da Vila Madalena para cabeça do PCC Gegê do Mangue: de pequeno traficante da Vila Madalena para cabeça do PCC

Morto na última sexta-feira (17), Gegê do Mangue era considerado uma das maiores lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital). Ninguém afirma que ele era o número 1 da facção, mas circularia fácil entre os números 2 ou 3. Entre os que permaneciam soltos, era o mais influente.

A trajetória de Gegê no crime teve início nos anos 1990. Ele foi preso por traficar drogas nas movimentadas ruas de um dos bairros mais boêmios de São Paulo, a Vila Madalena (zona oeste).

A comunidade próxima ao bairro foi a origem do apelido de Rogério Jeremias de Simone, 41. A favela do Mangue ficava encravada no que hoje é uma das áreas mais nobres da região, entre as ruas Fradique Coutinho, Fidalga e Rodésia.

Preso em Avaré (267 km de São Paulo), aproximou-se das maiores lideranças do então emergente PCC: Marcola, Abel "Vida Loka" e Roberto "Tiriça". 

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"Ele se tornou um cara de confiança da 'turma'. Ele era muito amigo do Abel 'Vida Loka' e os dois passaram a ser do primeiro escalão do PCC. Cresceram muito rápido depois que teve uma guerra interna no PCC, em 2001, 2002", afirma o jornalista Josmar Jozino, autor de "Cobras e Lagartos: A Verdadeira História do PCC", publicado em 2005.

Em 2003, ainda no ínicio de sua carreira, Gegê foi impulsionado ainda mais dentro da facção ao ser pego tentando passar um bilhete com a informação da morte do juiz Antonio José Machado Dias, de Presidente Prudente. Para Marcola, líder do PCC, Dias era um dos principais rivais da facção.

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Dias foi morto em 14 de março de 2003 com dois tiros na cabeça e um no estômago, em uma emboscada na saída do fórum da cidade. "A partir daí, ele cumpriu pena com esses caras, na mesma prisão, com toda a liderança do PCC. E foi crescendo", diz Jozino.

Foram 17 anos na cadeia acumulando inquéritos e poder dentro da facção, até que, em fevereiro do ano passado, Gegê foi solto. Segundo o juiz Deyvison Heberth dos Reis, da 3ª Vara de Presidente Venceslau, não havia mais nenhuma condenação em definitivo que justificasse sua permanência na cadeia.

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Dois meses depois, ele foi condenado a 47 anos de prisão por dois homicídios cometidos em 2007, mas não foi encontrado no endereço que deu à Justiça, uma casa na rua Fidalga, em São Paulo. As suspeitas eram de que ele estaria escondido, comandando as atividades internacionais do PCC, no Paraguai e na Bolívia.

Neste pedíodo solto, era tido como uma das "principais lideranças na rua", segundo Jozino. "Isso não quer dizer que ele era o número 1 do PCC, mas era, assim, na hierarquia o número 2, número 3", afirma o autor.

A suspeita de que o assassinato de Gegê tenha sido uma retaliação pela morte do traficante 'Birosca'é a principal linha de investigação do Ministério Público de São Paulo. 

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