Condenado pela morte de Vitória Gabrielly manda carta aos pais dela
Menina de 12 anos foi morta por engano em Araçariguama, no interior de SP. Ele escreve que prisão é injusta porque o verdadeiro assassino está solto
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Condenado a 34 anos de prisão pela morte de Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, em Araçariguama, no interior de São Paulo, Júlio César Lima Ergesse escreveu uma carta direcionada aos pais da vítima. Nela, ele afirma que "é injusto ele estar preso se não fez nada". As informações são da Record TV.
Segundo Júlio, a polícia não fez a perícia em um carro azul, o que seria importante para a investigação, e diz que o verdadeiro assassino da garota está foragido. De acordo com ele, o responsável seria um homem chamado Josnei, que teria a proteção de um traficante de nome Galego, que o estaria ajudando a se esconder.
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Já a Polícia Civil informou que todos os pontos tratados na carta já foram elucidados na investigação e que não há novidades sobre o caso.
O pedreiro Júlio está preso na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista. Outras duas pessoas estão presas, mas ainda não foram julgadas. São elas: Bruno Marcel de Oliveira, o "Mancha", de 33 anos, e Mayara Borges de Abrantes, de 24 anos. Eles vão responder pelo sequestro, assassinato e ocultação de cadáver da menina.
Para o pai de Vitória Gabrielly, Beto Vaz, não há novidades na carta e Júlio deve ter outra intenção: "Não me surpreendeu em nada. Acho que o que mais me surpreendeu foi a frieza dele, pela maneira com que ele abordou, do que qualquer outra coisa. Nada de novo ali dentro. A não ser ele tentar utilizar a gente como pombo-correio para levar recado para fora ou coisa do tipo".
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O pai da garota espera apenas uma coisa: "Que a gente consiga justiça, para poder virar a página e ficar só com as memórias dela".
O caso
O assassinato de Vitória Gabriellymobilizou e comoveu a população de Araçariguama. Imagens de uma câmera mostraram a estudante andando de patins perto do ginásio de esportes da cidade antes de desaparecer, no dia 8 de junho de 2018. A polícia e os moradores fizeram buscas pela garota. O corpo foi encontrado oito dias depois, em um matagal, à margem de uma estrada rural.
De acordo com os laudos do Instituto de Criminalística, o corpo da menina apresentava lesões internas na musculatura cervical e cianose nas extremidades, indicando que a vítima morreu de asfixia mecânica causada por estrangulamento. Marcas nos braços e pernas também indicaram que ela tentou se defender do agressor e teria sido amarrada pelos braços e tornozelos.
O caso ganhou notoriedade pelo fato de se tratar de uma adolescente que, ao ser confundida com a irmã de um rapaz com dívidas de drogas, foi sequestrada pelos três acusados que a agrediram por horas e depois a assassinaram.