Covas diz que sofre ameaças após anunciar novo rodízio de veículos
Prefeito diz que não vai retroceder em medida que prevê restrição de circulação por 24 horas em dias alternados a partir de segunda-feira (11)
São Paulo|Do R7
O prefeito Bruno Covas afirmou nesta sexta-feira (8) que começou a receber ameaças após anunciar o novo rodízio de veículos que será adotado na cidade de São Paulo a partir de segunda-feira (11).
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"Passei a receber ameaças, intimidações virtuais de milicianos. Não vamos retroceder nem um milímetro, não vamos nos deixar intimidar. A prefeitura segue em defesa da vida", afirmou o prefeito. Todo recurso arrecadao com multas de rodizio será utilizado no combate ao novo coronavírus. Caso a cidade volta a apresentar uma taxa de 60% de isolamento social, a suspensão do rodízio de veículos será estudada.
A medida prevê restrição de circulação por 24 horas em dias alternados. Nos dias pares, podem circular veículos de placa final par (0,2,4,6,8) e nos dias ímpares, veículos com placa de final ímpar (1,3,5,7,9). "A ideia da prefeitura é dificultar a circulação de pessoas", disse Covas. Para compensar a restrição aos carros, serão colocados em circulação mais mil ônibus e outros 600 ficaram em bolsões e entrarão em operação se houver necessidade.
"Poderemos errar e acertar, vamos corrigindo as medidas erradas e garantir o mais importante, que é o acesso da população mais vulnerável", declarou. De acordo com o prefeito,o número de leitos de UTI será quadruplicado em relação ao começo da pandemia, com a ajuda de hospitais da rede privada. O número era de 507. Até o fim de maio, devem chegar a 1480 leitos. A previsão é que, ao todo, sejam acrescentando 1550 leitos ao sistema municipal.
Por conta da pressão no sistema público nos últimos dez dias, leitos no sistema privado começaram a ser contratados. Até o momento, 108 leitos em sete hospitais foram contratados a um custo de R$ 2,1 mil cada. Responderam ao chamamento da prefeitura, dos 247 hospitais privados da cidade, 107, que possuem 4 mil leitos de UTI, sendo que 20% estão disponíveis para contratação - uma soma, portanto de 800 leitos. A prefeitura estima que contrará 500 destes leitos.
Segundo o prefeito, 30 mil pessoas deixaram de morrer na cidade de São Paulo desde o início da pandemia por conta do isolamento social. "Vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para evitar o que se viu inclusive nas cidades mais ricas, como em Nova York", afirmou. Covas disse também que não aceita o que chamou de "falsa contradição" entre vida e economia. "Só trabalha quem está vivo e com saúde."