Covid-19: Campinas proíbe venda de bebidas em lojas de conveniência
Segundo prefeito da cidade paulista, que já tem mais de 10 mil casos da doença, medida visa evitar aglomerações e disseminação do coronavírus
São Paulo|Do R7
Um decreto municipal proibiu, a partir desta terça-feira (7), a venda de bebidas alcoólicas em lojas de conveniência de postos de combustíveis, em Campinas, no interior de São Paulo. De acordo com o prefeito Jonas Donizette (PSB), a medida visa a evitar aglomerações e a disseminação do novo coronavírus. Nesta terça, a cidade passou a marca de dez mil casos positivos de infecção pelo vírus - já são 10.474, dos quais 524 confirmados nas últimas 24 horas. No mesmo período, morreram 11 pessoas, elevando o número de óbitos para 384.
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Campinas está na fase 1 (vermelha) do Plano São Paulo de reabertura econômica, mas as conveniências de postos estavam enquadradas em serviços essenciais. O prefeito decidiu pela medida após receber relatório da Guarda Civil Municipal com 456 ocorrências no último fim de semana relacionadas a "pancadões", aglomerações e perturbação do sossego. Muitas foram registradas em postos.
"Os postos de gasolina com conveniência se tornaram pontos de encontro. A loja pode vender, mas a pessoa não pode beber no local. No entanto, compram a bebida e bebem ali mesmo, causando aglomeração", disse Donizette.
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A medida vale por 30 dias, podendo ser prorrogada. Em caso de descumprimento, a conveniência pagará multa de R$ 1,4 mil, dobrada se houver reincidência. Persistindo, pode ter o alvará cassado. Eventual autuação não será extensiva ao posto de combustível. Campinas possui cerca de 250 postos com conveniência. Com 448 pessoas internadas devido ao vírus, a cidade mantinha índice de 90% de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusivos para a doença nesta terça.
Multas para quem organizar festas
Em Bauru, também no interior paulista, os vereadores aprovaram na segunda-feira, 6, multa de R$ 15 mil para quem organizar festas e eventos que gerem aglomerações durante a pandemia. Os frequentadores também serão multados em R$ 500. O projeto considera como aglomeração a reunião de dez ou mais pessoas com fins recreativos, em locais públicos ou privados. O texto foi encaminhado para sanção do prefeito Clodoaldo Gazzetta (PSDB).
Em sentido oposto, na mesma sessão, a Câmara derrubou veto do prefeito a projeto de lei que institui o plano estratégico de reabertura do comércio. O projeto de iniciativa dos vereadores prevê a retomada das atividades econômicas sem levar em conta as regras do Plano São Paulo, do governo estadual.
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Gazzetta vetou o projeto por entender que a proposta contraria inclusive outros decretos municipais. Representantes do Sindicato do Comércio e da Associação Comercial acompanharam a votação, transmitida em um telão para comerciantes e funcionários que tomavam a frente do prédio. Na fase vermelha (1) do plano estadual, Bauru tem 1.985 casos e 35 mortes pela covid-19.