Covid: ocupação de leitos de UTI cai em hospitais de SP, revela pesquisa
Dos 72 hospitais abordados, 11% relataram ocupação acima dos 80%. No estudo anterior, eram 39% das unidades ouvidas
São Paulo|Do R7
A ocupação de leitos de UTI para Covd-19 caiu nos últimos 20 dias em hospitais de São Paulo, segundo pesquisa do SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo). Apenas 11% dos 72 hospitais abordados no estudo, entre 1º e 9 de fevereiro, relataram ocupação superior a 80%.
No levantamento anterior do sindicato, realizado de 12 a 19 janeiro, 39% das unidades estavam com ocupação acima dos 80%.
Ao todo, os 72 hospitais (25% na capital paulista e 75% no interior) dispõem de 8.972 leitos, sendo 1.907 leitos para Covid-19. Destes, são 1.211 leitos clínicos, 644 de UTI e 52 pediátricos. Do total, 95% das unidades indicaram ter capacidade para aumentar os leitos de UTI se for necessário.
Nos leitos de UTI, a faixa etária dos pacientes internados era de 60 a 79 anos em 76% dos hospitais, e, nos leitos clínicos, 41% das unidades registraram pacientes no mesmo recorte de idade.
Atendimento de urgência
Se a ocupação dos leitos de UTI diminuiu, os atendimentos de urgência para pacientes com suspeita de Covid seguem aumentando, indicou o estudo.
Em 51% dos hospitais, o crescimento do atendimento emergencial foi de até 20%. Para 34% das unidades, o aumento variou entre 21% e 40% nos últimos 15 dias.
Devido à alta acelerada nos atendimentos de urgência, 51% dos hospitais estão com uma hora de espera, enquanto em 32% ela varia entre duas e três horas.
Francisco Balestrin, médico e presidente do SindHosp, avalia que a redução de internações acompanhada do aumento de atendimentos de urgência pode ser indicativo dos resultados da vacinação em massa, gerando, na maioria das vezes, casos leves.
Das unidades ouvidas, 35% relataram aumento de consultas online em mais de 60%; 27% indicaram um crescimento de 21% a 40% nessa forma de atendimento.
Afastamento de profissionais
A pesquisa solicitou também aos hospitais que relatassem o maior problema encontrado no atendimento.
O afastamento de profissionais da equipe multiprofissional e de médicos por problemas de saúde foi o problema citado por 67% das unidades, enquanto 21% apontaram paro o aumento do atendimento de urgência/emergência maior que a capacidade do hospital.