Covid: pessoas que vão a locais não essenciais são mais infectadas
Entre os estudados em inquérito da prefeitura de São Paulo, grupo foi o que apresentou mais chances de se contaminar com o vírus
São Paulo|Guilherme Padin, do R7
![Apesar de restrições, praias paulistas registraram aglomerações em feriados](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/UHHYSJJER5NZ5JOHG4J7VIM4QY.jpg?auth=cf2d9932ba197528c2d8db9068b2ed1abed07a69d7e9c0b24e6aed2a21e788a5&width=820&height=525)
As pessoas que saem de casa também para locais não essenciais são as que mais se infectam com o novo coronavírus em São Paulo (SP), segundo o mais recente inquérito sorológico da prefeitura, divulgado nesta sexta-feira (12).
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Da população examinada pela gestão municipal, 14,3% afirmaram que saem de casa também para atividades fora de suas necessidades. Deste recorte, 35,6% contraíram o novo coronavírus.
![Entre pessoas que saíram de casa para locais não essenciais, 35,6% se infectaram](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/SPJ5WJBHU5MEXJFAZGJWBJ7KNE.png?auth=86d844d1fa4e57824ad4c777ec7a5312a25532d69b716e53700ca20e668f0319&width=677&height=369)
A divisão feita pelo estudo avaliou outros dois grupos: os que saem de casa apenas para o trabalho e outras atividades necessárias e os que não saem de casa. Em relação aos que saem para atividades não essenciais, a prevalência da covid-19 é consideravelmente inferior nestes dois recortes.
Aqueles que saem apenas por necessidades formam 70,6% da população, segundo o inquérito. Deste grupo, aproximadamente um quarto (24,4%) se infectou.
Já os que não saem de seus domicílios foram 15,1% dos estudados e, entre eles, apenas 18,5% tiveram o vírus – pouco menos de um quinto.
“As pessoas que lidam de forma inconsequente com a pandemia e saem para essas atividades acabam infectando também quem está na própria casa e respeita as restrições”, afirma Marcelo Burattini, professor e infectologista da Universidade Federal de São Paulo.
o maior dano é que ele faz as pessoas acreditarem que há cura ou solução e , então nao se previnem.
Burattini avalia que um fator decisivo para este comportamento é a divergência de informações e a falta de uma campanha única de esclarecimento. “A população recebe duas mensagens diferentes e fica sem saber em quem acreditar", avalia. Ele também critica a adoção do tratamento precoce. “É uma bobagem. Além dos efeitos colaterais, o maior dano é que ele faz as pessoas acreditarem que há cura ou solução, e então não se previnem”, diz.
Contato social
![Índices de contato social são próximos de dados sobre permanência em domicílio](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/D4GNCAUYIZNQRKFUDCZYAT475U.png?auth=5062b619de59a8c614d8571fa7a19d2afb77ed813c8378635144c0ca5a72537d&width=677&height=369)
O inquérito também avaliou a prevalência da covid-19 nos paulistanos a partir do contato social da população e encontrou resultados parecidos com os da pesquisa de permanência no domicílio.
Da população estudada, 61,9% afirmaram que mantêm contato com um grupo restrito de amigos e no trabalho, 28,4% não têm contato com amigos e familiares, exceto os que moram juntos, e os 9,7% restantes não fazem restrição de contato social.
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Do primeiro, que mantém contatos restritos, um quarto (25,8%) se infectou. Daqueles que não fazem contato com pessoas fora de suas residências, 22,1% se contaminaram.
Já as pessoas que estiveram com amigos e parentes sem restrições tiveram índices mais altos de prevalência do vírus: 31,7% (ou quase um terço) contraíram covid-19.