Covid: Prefeito quer que ‘pioneira’ Serrana seja exemplo ao mundo
Após projeto do Butantan vacinar 98% de sua população adulta, cidade vive agora ‘retomada econômica, social e educacional’
São Paulo|Guilherme Padin, do R7
Dois meses após o término da vacinação em massa contra a covid-19 em Serrana (SP), o prefeito do município do interior paulista, Leonardo Capitelli (MDB), quer que a cidade seja exemplo mundial de combate ao novo coronavírus.
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Ao falar sobre os resultados de redução nas mortes e internações, divulgados há cerca de duas semanas pelo Instituto Butantan, Capitelli comenta com orgulho ao R7 sobre o que espera a partir do Projeto S.
“Esses números levarão esperança não só pra cidade como o Brasil todo e o mundo todo, vão servir de parâmetro para a maior pandemia do século. Torcemos para que a vacinação avance no país e que possa salvar mais vidas, e que toda população brasileira e mundial possa ter essa segurança [com os resultados do estudo]”, afirma.
Segundo os dados revelados pelo Butantan em 31 de maio, além da queda em 95% das mortes por covid na cidade, os casos sintomáticos caíram em 80% e as internações hospitalares, em 86%.
Quase duas semanas após os resultados, relatos de moradores e empresários apontaram para um clima de maior segurança e tranquilidade na cidade, além da melhora no movimento do comércio local.
O estudo inédito no mundo, como destaca o Butantan, também mostrou que, a partir da cobertura vacinal de 75% da população, a pandemia pode ser controlada.
Antes mesmo da divulgação dos dados do Butantan, relatos e dados da prefeitura já indicavam a queda nos casose na procura por testes para a covid-19.
Embora três quartos da população imunizada fossem o bastante, o número de imunizados foi muito superior: apesar das pesquisas meses antes do início do estudo apontassem para 85% dos habitantes interessados na vacina, 97,9% da população adulta da cidade participaram do projeto e se imunizaram.
Veja também: Após vacinação em massa, casos de covid caem 66% em Serrana (SP)
“O número é muito satisfatório e foi fruto de um trabalho de domicílio a domicílio, orientando, explicando a importância sobre as vacinas, enquanto algumas pessoas levavam desinformação. Fizemos esse trabalho com o apoio de líderes comunitários, do comércio, religiosos, formadores de opinião e empresários, para levar o incentivo à vacinação para todas as camadas da cidade”, comenta Capitelli.
O intuito, comenta ele, era justamente fazer as pessoas entenderem a importância e “contribuir com a ciência e todo o mundo na maior crise sanitária do século”.
“Enquanto gestor, liderando o povo de Serrana no processo num momento histórico, é motivo de muito orgulho e felicidade, e povo serranense também sente esse orgulho. O Projeto S resgatou a autoestima da nossa população”, diz o gestor.
Fase crítica em fevereiro
Entre fevereiro e março, quando a imunização teve início na cidade, Serrana, assim como o resto do país, vivia o momento mais crítico da pandemia, com pacientes em espera por internações e sem vagas nos hospitais, inclusive nas cidades vizinhas.
“Serrana sofreu demais em meados de fevereiro, no auge da segunda onda, com superlotação de hospitais e as mortes, e depois vimos os números caindo”, relata o prefeito.
Após a terceira semana seguinte à aplicação da segunda dose da CoronaVac, comenta, os números caíram consideravelmente.
“Assim pudemos levar mais tranquilidade ao nosso sistema de saúde e tratar quem se infecta de forma mais digna”, diz.
O futuro na cidade do Projeto S
Para Léo Capitelli, Serrana não será ‘pioneira’ somente em relação à vacinação e à pandemia. O município, considera o prefeito, deverá se colocar como exemplo de “uma retomada econômica, social e educacional” para todo o mundo.
Capitelli observa um futuro promissor para a ‘acolhedora’ Serrana e, por mais de uma vez, destaca a retomada econômica após a vacinação em massa.
“Queremos ser a cidade do desenvolvimento, da retomada econômica organizada e com protocolos. Com novos investimentos, geração de emprego e renda, incremento de receita à prefeitura, para que possamos cuidar nosso povo”, diz,
E conclui: “No começo do ano, era uma nuvem negra que pairava sobre a cidade, um medo, angústia. E a vacina trouxe alívio, tranquilidade e segurança maior nas atividades e da rotina”.