CPI para apurar denúncias contra Prevent Senior começa em SP
Comissão irá se aprofundar nas denúncias de falsificação de atestados de óbito e subnotificação das mortes por Covid-19
São Paulo|Do R7
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a operadora de saúde Prevent Senior na Câmara Municipal de São Paulo começa nesta quinta-feira (7), no plenário da Casa. O grupo irá se aprofundar nas denúncias de falsificação de atestados de óbito e subnotificação das mortes por Covid-19.
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A comissão começou com a eleição do vice-presidente da comissão, Celso Giannazi, e do relator, Paulo Frange. "Assistimos com bastante espanto às denúncias em Brasília e a razão de essa CPI ser instalada em São Paulo é que a rede da Prevent está na cidade de São Paulo e centenas de milhares de pessoas impactadas pela rede", afirmou o presidente da CPI, o vereador Donato.
"Não se trata de querer destruir essa rede, mas de proteger as pessoas impactadas pelas práticas da rede. Nosso papel é verificar com as interfaces municipais os óbitos, as causas deles, e como isso impacta na gestão da pandemia. Temos as denúncias em relação a falta de licenciamento dos hospitais da Prevent e isso será apurado", disse Donato. "Temos recebidos manifestações de associados da prevente defendendo a rede, mas, temos recebido muitas denúncias e elas serão apuradas."
O vice-presidente da CPI, Celso Giannazi, disse que os beneficiários do plano de saúde serão preservados. A comissão, segundo ele, vai trabalhar para impedir que irregularidades se repitam em outras operadoras de saúde. "Temos questões que vão da ética médica até as posturas da empresa em relação à questão tributária. A empresa teve uma ascensão relâmpado, não sabemos se foi por isenção fiscal ou às custas das vidas das pessoas."
O vereador Xexeu Tripoli disse que uma das responsabilidades da CPI será investigar o papel dos órgãos fiscalizadores que deveriam atuar sobre a operadora de saúde. "A investigação tem tido um efeito cascata atingindo trabalhadores e beneficiários, mas não podemos deixar de investigar e entender onde estavam os órgãos de fiscalização dessa empresa", disse ele.
"Se não houvessem denúncias que trouxessem isso à tona no senado, talvez essa empresa continuasse com essas práticas. Por que os órgãos públicos não tomaram providência em fiscalizar isso em algum momento", afirmou Tripoli.
Segundo o vereador Donato, a comissão ainda definirá seu calendário e quem será ouvido em cada data, mas a previsão é de que o primeiro depoente esteja na CPI na próxima quinta-feira (14). "Vamos definir isso em seguida, e [então] começamos as oitivas e o trabalho de avaliação dos documentos que chegarem", disse.