Cremesp investiga quatro médicos por tomarem 3ª dose da vacina
É apurada conduta de 3 médicos e 1 veterinária que burlaram sistema e receberam imunizantes de diferentes fabricantes
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) investiga três médicos e uma médica veterinária que teriam burlado o sistema de vacinação e tomado três doses do imunizante contra a covid-19. O caso também é apurado pelo Ministério Público. As informações são da Record TV.
De acordo com o Cremesp, a investigação é sigilosa. Em um dos casos, as doses foram aplicacadas em 20 de maio em um megaposto de vacinação da cidade de São Paulo. Após tomar conhecimento da irregularidade, a Secretaria Municipal da Saúde denunciou os médicos ao Cremesp, que deu início à apuração.
O mais recente é o da veterinária Jussara Sonner, que usou as redes sociais para divulgar que recebeu a dose do imunizante da Johnson em Guarulhos, na Grande São Paulo, mesmo já tendo tomado as duas doses da CoronaVac em outro posto de saúde do município.
Leia também
Para burlar o sistema de saúde, os profissionais buscaram unidades não informatizadas, onde o registro é feito manualmente. No momento da aplicação, a equipe não tinha como saber se a pessoa já havia tomado outras doses. Apenas quando os dados são lançados no sistema que a fraude é descoberta.
Os investigados poderão responder criminalmente. Além disso, eles usaram doses das vacinas que estavam destinadas a outros grupos da campanha, que ainda aguardam na fila.
Infectologistas também alertam para o fato de que não há estudos sobre a mistura de imunizantes de diferentes fabricantes da vacina, o que pode levar a riscos à saúde.
Caso veterinária
A Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo anunciou, nesta quinta-feira (1º), que vai investigar a denúncia de fraude cometida pela médica veterinária Jussara Sonner.
Na publicação, Jussara disse que havia sido imunizada, inicialmente, com as duas doses da CoronaVac e se sentia "bastante incomodada". Então, afirmou que aguardou por três meses, até que pudesse tomar a dose da vacina da Johnson, que foi distribuída pelos Estados Unidos aos países latino-americanos.
A investigação do caso deverá ser feita pela Comissão Especial Integrada, órgão responsável pela apuração de denúncias e aplicação de penalidades a quem furar a fila da vacinação.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que todos os municípios recebem as doses com as devidas orientações quanto à aplicação dos imunizantes, bem como a conferência e cadastro dos dados de cada pessoa vacinada na plataforma VaciVida.
A pasta frisou ainda que compete também aos municípios monitorar e tomar as providências diante de eventuais situações de aplicação inadequada.