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Criança que ficou 40 dias sem comer em SP tem sequelas para falar e andar

Menina de 3 anos foi diagnosticada com desnutrição marasmática aguda; ela foi resgatada do pai, que queria fazê-la morrer de fome

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

Menina estava em situação degradante, diz polícia
Menina estava em situação degradante, diz polícia

A criança de 3 anos que foi resgatada após ter ficado 40 dias sem comer está com sequelas para falar, sentar e andar, segundo boletim médico divulgado nesta terça-feira (6) pela Santa Casa de Rio Claro, no interior de São Paulo.

A menina morava com o pai, que deixou de alimentar a filha propositalmente, e foi salva após denúncia de maus-tratos ao Conselho Tutelar.

O homem foi preso na última sexta-feira (2), mas acabou solto após audiência de custódia no sábado (3). O MPSP (Ministério Público de São Paulo) recorreu da decisão e solicitou a prisão preventiva do pai, de 36 anos.

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A criança foi diagnosticada com desnutrição marasmática aguda, que acontece quando a falta de nutrientes impacta as atividades fisiológicas do paciente.


As médicas Flávia Meneghetti e Samila Batelochi Gallo, responsáveis pela recuperação da criança, afirmam que o processo de realimentação é lento, "com dieta a princípio pastosa, com aumento gradual de proteínas e calorias e com suplementação de vitaminas e minerais adequados para a situação atual dela".

A menina continua internada na Santa Casa, em um leito de enfermaria, sem previsão de alta.


Pai negava ajuda

Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a mãe da menina morreu logo após o parto. O pai, que ficou responsável por ela, disse que tanto ele quanto a filha estavam sem comer havia 40 dias.

De acordo com o MPSP, ele afirmou aos guardas civis que sua intenção era fazer com que ele e a própria filha morressem de fome.

O promotor Cássio Sartori entende que o caso se trata de uma tentativa de homicídio, pois o homem tinha o dever de alimentar a filha e evitar sua morte.

No recurso, Sartori afirma que o pai impedia aproximações entre a menina e a sua avó, que o procurava com frequência para ajudar financeiramente e com alimentos. Oficiais de Justiça já haviam tentado entrar no apartamento anteriormente, mas foram impedidos pelo homem.

O promotor também informou, no recurso, que o inventário de bens deixados pela mãe do acusado mostra que ele tinha bens e recursos financeiros para alimentar a filha.

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