Criminosos alugam perfis de entregadores de comida e dão golpes em clientes
Plataforma informa que o pedido será entregue por uma pessoa, mas na verdade é por outra. Homem perdeu R$ 3 mil em golpe
São Paulo|Isabelle Amaral, do R7
O aplicativo de entrega de comida informou que o seu pedido será entregue por uma pessoa e na verdade foi por outra? Tome cuidado, você pode ser mais uma vítima de golpe! Entenda:
Essa situação ocorreu com Daniel de Melo Nogueira, que perdeu R$ 3 mil após um suposto entregador aparecer em sua casa e aplicar o famoso "golpe da maquininha". No entanto, o aplicativo do Ifood, no qual ele pediu a comida, informava que a entrega seria feita por uma mulher.
Mesmo desconfiando, Daniel viu que o motociclista estava com o seu pedido e fez o pagamento por meio de aproximação do cartão na maquininha, que deu erro nas duas tentativas tentativas. O entregador pegou uma outra maquininha, passou o cartão e mesmo assim informava que o pagamento era inválido. Só depois, ele viu que havia sido tirado de sua conta o valor de R$ 3 mil.
A vítima entrou imediatamente em contato com o perfil indicado na plataforma de entrega de comida e pediu satisfações. Lá, a pessoa informou que havia vendido sua conta para um homem trabalhar. Um boletim de ocorrência foi aberto para investigar a situação.
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Alguns entregadores por aplicativo alugam suas contas para que pessoas sem a documentação necessária, como habilitação para dirigir, ou ainda para interessados que têm dificuldade em se cadastrar junto às empresas por terem passagens criminais.
Segundo as plataformas ouvidas pelo R7, essa prática pode ser considerada um crime de fraude, ainda que não haja, eventualmente, o golpe contra o cliente, mas pelo fato de a pessoa se passar por outra.
O que os aplicativos fazem para impedir essas fraudes?
Questionado, o Ifood, um dos aplicativos mais usados no Brasil para a entrega de comida, informou que conta com um processo de verificação robusto para se tornar um entregador com verificação OCR (tecnologia que permite verificar se a pessoa da foto é a mesma do documento apresentado), "além de reforçar o processo de validação e informações pessoais pelos entregadores".
Apesar dos esforços, um golpista conseguiu driblar a segurança e fez uma vítima. A empresa ressalta que entrou em contato com a pessoa do golpe e está "realizando todo os suporte necessário".
Já a Rappi, que também é famosa no segmento, reitera que apenas aceita pagamentos online, já por meio do aplicativo, para evitar esse tipo de fraude. Mesmo assim, para a segurança dos clientes, a empresa também implementou regras que identificam o perfil da pessoa e solicita provas de vida.
Nos termos de condição do Rappi, o uso de documentos falsos ou de terceiros é uma prática proibida, podendo gerar consequências judiciais até mesmo para a pessoa que possa ter vendido sua conta.
Outros aplicativos como Daki e Cornershop foram acionados pela reportagem para comentar sobre o sistema de segurança contra fraudes, mas não deram o retorno até fechamento desta reportagem.
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