De férias, policial desaparecida brigou por celular de colega em bar
Segundo investigadores, PM estava sem farda, apenas com a arma e a carteira funcional quando sentiu falta de um celular de rapaz, em Paraisópolis
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
Desaparecida desde a madrugada de quinta-feira (2), a policial militar Juliane dos Santos Duarte, de 27 anos, estava de férias quando foi supostamente baleada em um bar de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
De acordo com o delegado que investiga o caso, Antonio Sucupira, ela portava sua carteira funcional e uma arma da corporação no momento em que deu por falta de um celular que pertenceria a um colega que também estava no bar.
Ao contrário dos relatos nos primeiros depoimentos, o celular não pertencia à policial militar e sim a um rapaz que estaria na mesma mesa que a policial e suas amigas. "A principal linha de investigação é o desaparecimento. Ela se identificou sozinha como policial, de madrugada e em uma comunidade", disse Sucupira ao R7. "Uma condição temerária para uma policial sozinha e sem apoio."
Segundo ele, motivadas por uma denúncia anônima as buscas pelo corpo de Juliane continuam durante toda a tarde dessa sexta-feira (3). Na madrugada,bombeiros encontraram outro corpo no Jardim Colombo, região que faz divisa com Paraisópolis. "Peritos viram que se tratava do corpo de um homem e com isso descartaram a hispótese de ser Juliane", afirmou Sucupira.
O caso
Por volta das 12 horas da quinta-feira (3), o desaparecimento de Juliane foi registrado por um casal no 89º DP (Morumbi). Juliane teria ido a casa de amigos na quarta-feira (2) e, segundo testemunhas, teria ficado o dia todo na casa. Mais duas amigas teriam chegado a residência e quando a bebida terminou todos foram a uma outra casa.
Dessa segunda casa, também na companhia de duas amigas, Juliane foi para o bar de Paraisópolis para continuar a comemoração. De acordo com Sucupira, Juliane teria ido ao banheiro e quando voltou percebeu uma movimentação na mesa. Segundo testemunhas, o celular era de um rapaz que também estava na mesa.
Às 4 horas da madrugada de quinta-feira, Juliane teria, então, sacado a arma e se identificado como policial. "Depois que ela sacou a arma, surgiram quatro indivíduos perguntando quem era policial e a identificaram", afirma o delegado.
Ainda segundo as testemunhas ouvidas pela polícia, próximo ao bar teriam ocorrido dois disparos que teriam atingido Juliane. "Só poderemos saber se ela foi atingida e por quantos tiros depois que encontrarmos o corpo", diz Sucupira.
Até o início da tarde dessa sexta-feira, foram ouvidas três testemunhas que estavam com Juliane no bar de Paraisópolis. A policial atuava na 2ª Companhia do 3º Batalhão Metropolitano, responsável pelo patrulhamento em parte do Jabaquara, na zona sul.