Logo R7.com
Logo do PlayPlus

Defensoria Pública pede absolvição de jovem tatuado na testa em SP

Ruan, de 19 anos, conhecido pela inscrição 'eu sou ladrão e vacilão' na testa, teria sido condenado por crime mais grave que a acusação após furto no ABC

São Paulo|Cesar Sacheto, do R7

Ruan Rocha da Silva, de 19 anos, teve a testa tatuada por dois homens, em 2017
Ruan Rocha da Silva, de 19 anos, teve a testa tatuada por dois homens, em 2017

A Defensoria Pública de São Paulo solicitou, na última quarta-feira (11), a absolvição de condenação por roubo, ocorrido em fevereiro deste ano, em São Bernardo do Campo, no ABC, do jovem Ruan Rocha da Silva, de 19 anos, que ficou conhecido após ter a testa tatuada com os dizeres "eu sou ladrão e vacilão" por dois homens, há pouco mais de dois anos.

No pedido encaminhado ao Tribunal de Justiça, o órgão alega que a condenação extrapolou a acusação que consta no boletim de ocorrência elaborado pela Polícia Civil e na denúncia do Ministério Público relativa ao crime pelo qual o autor foi sentenciado a quatro anos e oito meses de prisão, em regime semiaberto.

Leia também: Jovem que teve “sou ladrão e vacilão” tatuado na testa é preso em São Bernardo (SP)

O jovem foi preso após invadir uma UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Ferrazópolis, onde furtou um celular, um moleton e R$ 20,30 em dinheiro pertencentes a funcionários do local.


O defensor público Daniel Bidoia Donade, que assina a apelação, solicita a revisão da decisão da juíza da 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo Sandra Regina Nostre Marques por entender que não houve emprego de violência suficiente para classificar a ação nos termos do Artigo 157 do Código Penal (roubo), mas sim de tentativa de furto, crime de menor potencial ofensivo.

Leia também: 'Ele não aderia ao tratamento', diz psicóloga de jovem tatuado na testa


"Resta claro que, sobretudo do exame do depoimento da vítima, que a conduta do apelante [acusado], além de ter permitido a resistência [da vítima], sequer foi suficiente para intimidá-la a ponto de minar sua capacidade de resistência", escreveu o defensor.

Dependência química


O advogado Ariel de Castro Alves, conselheiro do Condepe (Conselho Estadual de Direitos Humanos de São Paulo), entende que a Justiça de São Bernardo do Campo falhou em não observar que o réu comete crimes por causa da dependência de drogas.

Na visão do especialista em direitos humanos, segurança pública e direitos da infância e juventude, a juíza de ofício poderia ter instaurado um incidente toxicológico já que o vício dele é público e notório.

Leia também

"É lamentável o ciclo que ele vive, de dependência de drogas, envolvimento com pequenos crimes e a falta respaldo familiar. Ele é dependente de drogas e precisa de tratamento. No sistema prisional, ele não vai se recuperar. Muito pelo contrário", avaliou Ariel de Castro Alves.

Outro lado

Em nota, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou à reportagem do R7 que não se manifesta em questões judiciais. Para tanto, existem os recursos e/ou representações pertinentes que cabem ao advogado/defensor da parte.

Você tem alguma denúncia? Envie um e-mail para denuncia@r7.com

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.