Delegado diverge da PF e afirma que ‘não há qualquer evidência’ de envolvimento do PCC com adulteração de bebidas
Autoridades descartam envolvimento de facção criminosa após análise de investigações sobre produtos com metanol
São Paulo|Do R7

“Não há qualquer evidência de que o PCC possa estar por trás de contaminação, direta ou indireta, dessas bebidas”, afirmou o delegado Ronaldo Sayeg, diretor do DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), durante entrevista coletiva do governo de São Paulo nesta segunda-feira (30), sobre a investigação dos casos de bebidas falsificadas com metanol.
O governador Tarcísio de Freitas também reiterou na entrevista coletiva que os comércios que venderam bebidas alcoólicas com metanol passarão por uma interdição cautelar. “O estabelecimento só vai ser liberado para voltar a funcionar se tivermos certeza que está seguro”, afirmou.
Mais cedo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, ressaltou que trabalhará de forma integrada com outros casos devido à suspeita de interestadualidade, como as possíveis conexões com investigações recentes da atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) em cadeias de combustível. “A investigação dirá se há conexão com o crime organizado”, salientou.
Intoxicação por metanol
O número de casos de intoxicação por metanol dispararam no estado de São Paulo durante o mês de setembro. A substância é altamente tóxica, mesmo em pequenas doses, e ataca o sistema nervoso.
Até agora, três mortes foram confirmadas até a última segunda-feira (29). Dois dos óbitos foram confirmados em São Bernardo do Campo e outro na capital paulista. Todas as vítimas consumiram bebidas alcoólicas adulteradas, o que levou à intensificação das ações de fiscalização pela Polícia Civil e órgãos reguladores.
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A principal causa é o consumo de bebidas destiladas contaminadas, especialmente gin, vodca e uísque, vendidas em bares, festas, lojas de conveniência, adegas e distribuidoras.
Também chamado de álcool metílico, o metanol é um biocombustível altamente inflamável, obtido por destilação destrutiva de madeira, processamento da cana-de-açúcar ou a partir de gases de origem fóssil.
Ao menos dez casos foram registrados até o momento por pessoas que compraram drinks em bares ou dos próprios destilados lacrados em adegas. Em um dos casos, a empresária Radharani Domingos, de 43 anos, perdeu a visão após o consumo de vodka adulterada.
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