Dois de cada três acidentes fatais na Marginal Pinheiros envolvem motos
Manutenção do elevado percentual de mortes com motocicletas fez prefeito de SP proibir a circulação dos veículos de duas rodas na via
São Paulo|Alexandre Garcia, do R7
Quase 65% das 91 mortes em acidentes na rodovia SP-015, popularmente conhecida como Marginal Pinheiros, entre os anos de 2016 e 2018 tiveram como vítima condutor ou passageiro de motocicletas.
Em 2019, somente nos meses de janeiro e fevereiro, o percentual de acidentes fatais com motos na tradicional via de São Paulo é ainda maior: 83,3%. No período, cinco dos seis óbitos contabilizados na SP-015 envolveram os veículos de duas rodas.
Segundo os dados disponibilizados pelo Governo do Estado, o número de vítimas fatais neste primeiro bimestre de 2019 já representa um terço dos acidentes com morte contabilizados ao longo de todo o ano passado.
A manutenção do elevado percentual de acidentes com mortes envolvendo motos na Marginal Pinheiros fez o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), decidir pela proibição da circulação dos veículos de duas rodas na pista expressa da via, sentido rodovia Castello Branco, a partir de maio.
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De acordo com a prefeitura, a interdição apresentada pelo Plano de Segurança Viária 2019-2028 não prevê ainda o sentido contrário porque não é possível devido aos pontos em que não há divisão entre pista local e expressa. A meta com a efetivação do projeto é que o índice de mortes no trânsito caia para seis a cada 100 mil habitantes já em 2020.
A preocupação ocorre mesmo após a via fechar 2018 com uma redução de 40% no número de acidentes com morte de condutor ou passageiro de motocicletas na comparação com 2017.
Perfil dos acidentes
De todas as vítimas fatais com motos na Marginal Pinheiros desde 2016, 87,5% (56) tiveram a morte confirmada no mesmo dia do acidente. Dos acidentados no período, 90,6% eram do sexo masculino.
Com 18 (28,1%) ocorrências envolvendo motos que resultaram em morte, o período da manhã responde pelo maior número de vítimas fatais nos últimos quatro anos. Na sequência do ranking, aparecem tarde, noite e madrugada, que registraram 15 (23,4%) acidentes com óbitos, cada.