Doria critica Prefeitura de SP por antecipar feriados sem aviso prévio
Segundo governador, anúncio gerou mal estar entre prefeitos do litoral, que estão preocupados com aumento de turistas
São Paulo|Do R7
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), criticou nesta sexta-feira (19) a decisão da Prefeitura de São Paulo de anunciar a antecipação de cinco feriados sem antes comunicar o governo do estado sobre a medida, que gerou mal estar entre os prefeitos do litoral.
"Prefeituras têm autonomia para decisões, reconhecemos isso, mas há certas decisões que o bom senso recomenda que sejam compartilhadas previamente com o governo porque implicam em impacto nas cidades vizinhas", afirma Doria.
Segundo o governador, os prefeitos das cidades litorâneas temem que os feriados antecipados entre os dias 26 de março e 4 de março aumentem o fluxo de turistas nas praias num momento de agravamento da pandemia e falta de leitos de UTI.
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"Faltou um pouco de bom senso da Prefeitura de São Paulo para evitar o mal estar que acabou provocando. Vamos tentar reduzir isso ao mínimo possível e atender as demandas dos prefeitos", conclui Doria.
Às 11h, o governador vai se reunir com os prefeitos de cidades litorâneas para definir medidas que evitem a ida dos paulistanos às praias e ao interior durante o feriado prolongado na capital paulista.
Resposta de Covas
Em nota, o prefeito Bruno Covas (PSDB) rebateu as críticas de Doria. Covas, que se encontra no Hospital Sírio-Libanês para mais uma sessão de quimioterapia, fez a seguinte declaração sobre os comentários em relação à antecipação de feriados na cidade de São Paulo: “O senso que falta é o senso de urgência. Aqui na Prefeitura tem menos falação, foco no trabalho e colaboração. Faço o máximo que posso para defender o povo da minha cidade. Sempre aberto a colaborar com outras cidades e com o governo do Estado. Mas cada um precisa assumir suas responsabilidades.”
Em coletiva nesta quinta-feira (18), o prefeito Bruno Covas (PSDB) defendeu a medida para tentar aumentar o isolamento social diante da fila de espera por leitos de UTI na cidade.
O objetivo é criar um feriadão com dez dias seguidos em que os trabalhadores da capital poderão ficar em casa. Será um período sem dias úteis "para poder forçar a cidade a parar", disse Covas.
Novas doses CoronaVac
O governador acompanhou na manhã desta sexta-feira, na sede do Instituto Butantan, a entrega de mais 2 milhões de doses de vacinas contra o novo coronavírus ao Ministério da Saúde para o PNI (Programa Nacional de Imunizações). O lote integra os 7,3 milhões de unidades do imunizante entregues nesta semana.
Em março, foram distribuídas 11,1 milhões de vacinas em cinco remessas. Com o novo carregamento, o total de doses disponibilizadas ao PNI chega a 24,6 milhões.
A promessa é de que até o fim de abril, o número de vacinas entregres por São Paulo ao PNI some 46 milhões. O Butantan tenta entregar outras 54 milhões de doses até 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades.
Até o fim deste mês é esperado um novo carregamento que corresponde a cerca de 6 milhões de doses.
Com a chegada de matéria-prima, o Instituto Butantan criou uma força-tarefa para acelerar a produção de doses, com o dobro de funcionários na linha de envase, e assim a atender a demanda. A fábrica funciona 24 horas por dia, com 373 trabalhadores que se revezam em três turnos.