Doria diz que governo negocia novos contratos de oxigênio
Estado de São Paulo já tem os primeiros sinais da falta de insumos para pacientes em estados graves da covid-19
São Paulo|Do R7
O governador de São Paulo, João Doria, afirmou na noite deste sábado (20), por meio de sua conta no twitter, que o governo está negociando novos contratos com fabricantes de oxigênio para garantir o fornecimento adicional aos hospitais. "O Governo de SP, através da Secretaria de Saúde, está negociando com os maiores fabricantes de oxigênio do país novos contratos para garantir o fornecimento adicional de oxigênio aos hospitais estaduais de SP", escreveu.
De acordo com o governador, haverá uma nova reunião, nesta segunda-feira (22), com empresas do setor.
Na capital paulista, dez pacientes que estavam internados na UPA de Ermelino Matarazzo, na zona leste, com sintomas de covid-19, precisaram ser transferidos na noite desta sexta-feira (19), por falta de oxigênio.
De acordo com o secretário municipal de Saúde Edson Aparecido, um atraso no abastecimento do insumo pela empresa White Martins (produtora do insumo) ocasionou o problema. Esse foi o primeiro registro de falta de oxigênio na cidade de São Paulo. A companhia negou qualquer problema de fornecimento na UPA.
Ao menos 54 municípios paulistas estão em "estado crítico" de abastecimento de oxigênio medicinal, diz levantamento do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems/SP). Na lista, estão cidades do interior, como Bragança Paulista, da Baixada, como Santos, e da região metropolitana da capital, como Francisco Morato. Em Campo Bom (RS), seis pessoas morreram em um hospital por falha no sistema de distribuição de oxigênio.
Há pressão sobre o sistema de saúde, com aumento recorde de internações. São Paulo, por exemplo, registra uma média de 2.992 por dia, a maior de toda a pandemia e praticamente o dobro de um mês atrás.
Dos 645 municípios de São Paulo, 69 responderam à entidade sobre a falta de cilindros de oxigênio, entre terça e sexta-feira, em uma enquete virtual. Segundo o presidente do conselho e secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, Geraldo Reple Sobrinho, a situação se deve especialmente às dificuldades de ampliar o fornecimento de cilindros de oxigênio no mesmo ritmo das hospitalizações.