Universidade forneceu cilindros ao governo de São Paulo
Divulgação/UnicampO governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou, nesta quarta-feira (31), que não faltará oxigênio para as cidades paulistas, mas ressaltou que o estado precisa de cilindros para transportar o insumo. Doria e o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, participaram de coletiva de imprensa na sede do Instituto Butantan.
"A preocupação do governo é que não haja desabastecimento de oxigênio em nenhuma cidade. A gente sabe que a responsabilidade seria dos municípios, mas, foi criada uma força tarefa há 10 dias, entendendo até como uma questão humanitária", afirmou Gorinchteyn.
"Dessa maneira, tivessemos o oxigênio disponível para as pequenas cidades que tem essa deficiência para captar o cilindro, ajudar numa questão logística de encher o cilindros e voltar a devolver no período de 12h ou 24h. Assim fizemos ao longo dos dias e temos abastecido todos municípios, independente da usina", explicou o secretário.
Após ser questionado sobre o nível de oxigênio em pelo menos 120 cidades, o governador garantiu que o insumo não faltará no estado, mas confirmou a necessidade de cilindros. Um levantamento do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), realizado junto às prefeituras paulistas até o dia 27 de março, apontou que o abastecimento de cilindros (O2 gasoso) é considerado crítico em 120 municípios para o atendimento emergencial de pacientes com suspeita ou confirmados de covid-19.
O estado crítico representa o aumento no uso de O2 gasoso no tratamento de pacientes que não estão conseguindo reabastecimento em tempo hábil, não possuem estoque ou cilindros extras para preenchimento da enquete. O Cosems-SP, que desde o início de março deste ano tem monitorado os estoques do produto junto às secretarias municipais de saúde, observou um aumento de 115 municípios na demanda do insumo.
O secretário estadual de saúde afirmou que a fase vermelha e a emergencial começam a gerar impactos sobre o sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). "O sistema teve uma média de 1.500 pedidos de regulação para UTIs, enfermeria e exames. Desde o início da pandemia, houve um aumento de 117% nas solicitações, especialmente, nas últimas quatro semanas", afirmou Gorinchteyn.
"Nos últimos 3 dias, houve uma queda de 4% nas solicitações, especialmente, nas de UTIs. Isso está diretamente ligado ao número de internados. Tínhamos, no início da semana, 12.945 pacientes e hoje são 12.976. Isso demonstra uma desaceleração nas solicitações de UTI, resultado do faseamento vermelho e níveis interessantes da fase emergencial."
Em relação aos kits de entubação, o secretário afirmou que haveria uma compra internacional feita pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), mas ainda sem confirmação. "Estamos fazendo compras emergenciais, recebemos mais medicamentos, o que nos garante um aporte por mais sete dias, mas estamos acolhendo as necessidades dos municipios que estão nos limites de uso."
O Instituto Butantan entregou ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde um lote de mais 3,4 milhões doses da vacina CoronaVac na manhã desta quarta-feira (31). Nessa semana foram entregues 8,4 milhões ao programa. No mês de março, o montante chega a 22,7 milhões de doses, quantitativo maior do que o disponibilizado em janeiro e fevereiro juntos.
Até a última segunda-feira (29), o Instituto Butantan já havia entregado 32,8 milhões de de doses ao Ministério da Saúde. Com o novo carregamento, o total de imunizantes oferecidos por São Paulo ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) chega a 36,2 milhões de doses desde o início das entregas, em 17 de janeiro. O montante equivale a 80% do total de 46 milhões de doses que serão entregues até abril.
O Butantan ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades. Atualmente, 85% das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 são do Butantan.