Doria diz que não faltará oxigênio, mas São Paulo precisa de cilindros
Após estudo constatar nível crítico de insumo em pelo menos 120 cidades, governador diz que anunciará medida nesta quarta
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou, nesta quarta-feira (31), que não faltará oxigênio para as cidades paulistas, mas ressaltou que o estado precisa de cilindros para transportar o insumo. Doria e o secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, participaram de coletiva de imprensa na sede do Instituto Butantan.
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"A preocupação do governo é que não haja desabastecimento de oxigênio em nenhuma cidade. A gente sabe que a responsabilidade seria dos municípios, mas, foi criada uma força tarefa há 10 dias, entendendo até como uma questão humanitária", afirmou Gorinchteyn.
"Dessa maneira, tivessemos o oxigênio disponível para as pequenas cidades que tem essa deficiência para captar o cilindro, ajudar numa questão logística de encher o cilindros e voltar a devolver no período de 12h ou 24h. Assim fizemos ao longo dos dias e temos abastecido todos municípios, independente da usina", explicou o secretário.
Após ser questionado sobre o nível de oxigênio em pelo menos 120 cidades, o governador garantiu que o insumo não faltará no estado, mas confirmou a necessidade de cilindros. Um levantamento do Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo), realizado junto às prefeituras paulistas até o dia 27 de março, apontou que o abastecimento de cilindros (O2 gasoso) é considerado crítico em 120 municípios para o atendimento emergencial de pacientes com suspeita ou confirmados de covid-19.
O estado crítico representa o aumento no uso de O2 gasoso no tratamento de pacientes que não estão conseguindo reabastecimento em tempo hábil, não possuem estoque ou cilindros extras para preenchimento da enquete. O Cosems-SP, que desde o início de março deste ano tem monitorado os estoques do produto junto às secretarias municipais de saúde, observou um aumento de 115 municípios na demanda do insumo.
O secretário estadual de saúde afirmou que a fase vermelha e a emergencial começam a gerar impactos sobre o sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). "O sistema teve uma média de 1.500 pedidos de regulação para UTIs, enfermeria e exames. Desde o início da pandemia, houve um aumento de 117% nas solicitações, especialmente, nas últimas quatro semanas", afirmou Gorinchteyn.
"Nos últimos 3 dias, houve uma queda de 4% nas solicitações, especialmente, nas de UTIs. Isso está diretamente ligado ao número de internados. Tínhamos, no início da semana, 12.945 pacientes e hoje são 12.976. Isso demonstra uma desaceleração nas solicitações de UTI, resultado do faseamento vermelho e níveis interessantes da fase emergencial."
Em relação aos kits de entubação, o secretário afirmou que haveria uma compra internacional feita pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), mas ainda sem confirmação. "Estamos fazendo compras emergenciais, recebemos mais medicamentos, o que nos garante um aporte por mais sete dias, mas estamos acolhendo as necessidades dos municipios que estão nos limites de uso."
Novo lote de vacinas
O Instituto Butantan entregou ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde um lote de mais 3,4 milhões doses da vacina CoronaVac na manhã desta quarta-feira (31). Nessa semana foram entregues 8,4 milhões ao programa. No mês de março, o montante chega a 22,7 milhões de doses, quantitativo maior do que o disponibilizado em janeiro e fevereiro juntos.
Até a última segunda-feira (29), o Instituto Butantan já havia entregado 32,8 milhões de de doses ao Ministério da Saúde. Com o novo carregamento, o total de imunizantes oferecidos por São Paulo ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) chega a 36,2 milhões de doses desde o início das entregas, em 17 de janeiro. O montante equivale a 80% do total de 46 milhões de doses que serão entregues até abril.
O Butantan ainda trabalha para entregar outras 54 milhões de doses para vacinação dos brasileiros até o dia 30 de agosto, totalizando 100 milhões de unidades. Atualmente, 85% das vacinas disponíveis no país contra a covid-19 são do Butantan.