Em 15 dias, irmãos perdem pai, mãe e avô para covid-19 em SP
Com 20 anos, filho mais velho de casal vítima de coronavírus agora tem a responsabilidade de cuidar do irmão autista, de 10 anos
São Paulo|Do R7, com informações da Record TV
Os irmãos Ryan, de 20 anos, e Ruan Lucatto, de 10, se contaminaram com coronavírus, mas conseguiram sobreviver. O mesmo não aconteceu com seus pais e avô, que morreram com a covid-19 em um intervalo de 15 dias, em Jundiaí, no interior de São Paulo.
Depois que toda família se contaminou, o pai, Écio Lucatto, de 42 anos, a mãe, Fernanda Lucato, de 43, e o avô, Luiz, de 67, foram internados, ficaram intubados, mas não resistiram à doença. Agora, Ryan ficou com a responsabilidade de cuidar do irmão mais novo, que tem autismo, e seguir a vida sem os pilares da casa.
"Meu pai era a coluna principal, minha mãe era outra coluna que mais ajudava também, e eu era a coluna que, caso alguém bambeasse, estaria ali para segurar. De repente as duas colunas caíram e eu fiquei com todo peso do prédio em cima de mim", afirma Ryan.
Os casos na família começaram com o avô, que apresentou os sintomas e teve que ser internado com falta de ar. Dias depois, o pai de Ryan teve febre e falta de ar, e precisou ser intubado. Não demorou muito para a mãe dos meninos também começar a se sentir mal.
Ela sofreu uma piora muito rapidamente, e sentia medo devido a tudo que estava acontecendo. O pai do Ryan faleceu no mesmo dia em que a mãe teve que ser intubada.
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Desde que perderam os pais, o Ryan e Ruan não conseguiram voltar pra casa. Os dois também ainda precisam de muito apoio e carinho da família. Os irmãos estão morando na casa dos tios, até porque esse foi um pedido da mãe deles.
Quando estava internada, por meio de ligação de vídeo, Fernanda pediu para irmã cuidar dos filhos dela, caso ela não resistisse. E o desejo dela foi atendido. Ryan conta que a tia os recebeu como filhos e eles vão procurar uma casa maior para todos.
Antes de ser intubado, o pai também deixou uma mensagem para família. Ele pediu desculpa por acreditar que, caso pegasse covid-19, não teria nada grave por ser jovem.