Em dois dias, polícia registra sete possíveis ataques a escolas em SP
SSP pede às pessoas que parem de compartilhar imagens do atentado na Vila Sônia, para impedir o ‘efeito contágio’
São Paulo|Do R7
A Polícia Civil de São Paulo registrou sete boletins de ocorrência que envolvem planos de adolescentes em relação a ataques em ambiente escolar entre a segunda (27) e esta terça-feira (28).
De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), a suspeita é que a ampla divulgação de imagens do ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na zona oeste da capital, que vitimou a professora Elisabeth Tenreiro, esteja motivando esses adolescentes. Esse comportamento é conhecido como "efeito contágio" por especialistas.
O compartilhamento e publicações de imagens nas redes sociais e pela imprensa de forma excessiva podem estimular novos ataques, por isso o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, pede que "cada um reveja a sua responsabilidade enquanto sociedade".
"O efeito contágio é uma realidade e está demonstrando na prática o que acontece quando um caso é divulgado exaustivamente dessa maneira”, reforça Derrite.
Balanço
Em São Paulo, um estudante do 9º ano do Ensino Fundamental foi armado para o colégio. Segundo a SSP, a ocorrência chegou à polícia via Disque Denúncia. Já em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, uma mãe disse que o filho foi ameaçado na escola por outro aluno, que prometeu fazer uma ataque similiar ao de ontem (27).
O município de Santo André, no ABC paulista, registrou três ocorrências. Na primeira, um estudante ameaçou a professora durante a aula ao dizer que os docentes deveriam ser esfaqueados e que ele faria isso no próximo dia.
No segundo caso, o coordenador de uma unidade não autorizou a entrada de um aluno após colegas contarem que ele estaria armado e que dias antes teria ameaçado de morte um estudante. Posteriormente, a polícia descobriu que ele tinha uma arma falsa.
A terceira ocorrência, de acordo com o levantamento da SSP, envolve uma criança de apenas 11 anos que estava portando uma arma de fogo no interior da escola.
Na cidade de São Bernardo do Campo, também no ABC paulista, policiais militares foram informados pela vice-diretora de uma escola que havia um aluno que estava portando um pequeno punhal em sala de aula. Ao ser abordado, o jovem contou que vinha sofrendo ofensas homofóbicas e, portanto, adquiriu a arma para se sentir mais seguro.