Veículos autônomos já estão em circulação fora do Brasil
Caitlin O’Hara/Reuters - 29.11.2018No estado de São Paulo, 54% dos profissionais acreditam que serão substituídos por máquinas nos próximos cinco anos, de acordo com pesquisa da Udemy, plataforma de cursos online. Outros 31% dos entrevistados discordam deste cenário e os demais 15% não souberam responder.
A pesquisa foi realizada em cinco países - Brasil, Índia, México, Espanha e França. Considerando dados de todo o Brasil, o percentual de trabalhadores que acreditam que serão trocados por robôs sobe para 56%.
Romina Ederle, diretora sênior de comunicação da Udemy, explica que, “com o aparecimento da automação e da inteligência artificial há alguns anos, algumas profissões ficaram mais em risco que outras – e muitos profissionais já estão sendo substituídos por máquinas". Fazem parte da lista cobradores de ônibus, substituídos por sistemas eletrônicos de cobrança, garçons, com função ocupada por tablets, e motoristas, substituídos por carros autônomos.
Por outro lado, conta a diretora, correm menos risco empregos que demandam as chamadas "soft skills" - habilidades comportamentais e socioemocionais, como habilidades de gestão de pessoas, pensamento crítico e criatividade. A tendência atual, na avaliação de Ederle, é que os profissionais se preocupem cada vez mais com a sua possível substituição e planejem a sua mudança para postos de trabalho mais estáveis.
A pesquisa também mostra que 87% dos trabalhadores entrevistados em São Paulo acredita que "as habilidades estão mudando tão rapidamente que as nossas habilidades atuais estão ficando obsoletas". Apenas 6% discordaram e outros 7% não souberam o que dizer.
Além disso, 83% dos funcionários paulistas acreditam que, nos próximos anos, as habilidades necessárias para trabalho atual irão mudar nos próximos 5 anos. Neste caso, 8% discordam e 9% não sabem responder.
A pesquisa também traz dados sobre a percepção das pessoas sobre a diferença nos níveis de habilidade entre colegas de trabalho.
No Brasil, 94% dos trabalhadores acreditam que existem diferenças notáveis entre as habilidades de funcionários que exercem a mesma função. Para Udemy, a condição pode ser alterada pelas próprias empresas, com investimento em treinamento para mudança de cargo ou promoção.
Em São Paulo, esse número é um pouco maior. Cerca de 97% das pessoas notam essas diferenças entre os colegas de trabalho. Segundo a pesquisa, 75% dos profissionais disseram se sentir afetados por esta lacuna de habilidades, enquanto 25% não.
*Estagiário sob supervisão de Clarice Sá.