Enfermeira 1ª vacinada no país recebe 2ª dose da CoronaVac em SP
Mônica Calazans, 54 anos, recebeu a 1ª dose do imunizante no dia 17 de janeiro. Moradora de Itaquera, faz parte do grupo de risco
São Paulo|Do R7
A enfermeira Mônica Calazans, 54 anos, tomou, nesta sexta-feira (12), a segunda dose da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa, Sinovac. A aplicação da dose foi feita durante coletiva de imprensa realizada pelo governo de São Paulo, no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
"Quero deixa clara a minha emoção de ser imunizada pela segunda vez, mas isso não me dá o direito de não usar máscaras, alccol gel. Vou continuar usando máscara até que todos sejam vacinados", disse Calazans.
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A enfermeira, que recebeu a primeira dose da vacina no dia 17 de janeiro, comentou ainda ataques que sofreu após ter sido imunizada. "Estou aqui por uma classe, a dos enfermeiros. Foram mais de 200 mil mortes, tudo o que eu fiz no dia 17 de janeiro foi verdadeiro. Ao invés de me atacarem, me respeitem como profissional, estou na linha de frente desde o início. Vejam a minha história."
Primeira vacinada do país
A primeira dose de vacina contra covid-19 foi aplicada no Brasil neste domingo (17), após a aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do uso emergencial da CoronaVac. A primeira pessoa vacinada no país é a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, moradora de Itaquera, com perfil de alto risco para complicações da covid-19. "O senhor não tem noção da minha felicidade", disse Mônica ao governador João Doria, antes de tomar a vacina. "Dez meses de sofrimento."
Mônica é obesa, hipertensa e diabética. Apesar de se enquadrar nessas condições, em maio do ano passado, no auge da primeira onda da doença, ela se inscreveu para vagas de CTD (Contrato por Tempo Determinado), escolhendo trabalhar no Emílio Ribas, no epicentro do combate à pandemia. Ela trabalha em turnos de 12 horas, em dias alternados, na UTI do Emílio Ribas, hospital de referência para casos graves da doença. O setor tem 60 leitos exclusivos para o atendimento a pacientes com coronavírus, com taxa de ocupação média de 90%.
“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida que pode ser justa, sem preconceitos e com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, afirmou a enfermeira.
Quando começaram os testes clínicos da vacina Coronavac pelo Instituto Butantã, ela também se voluntariou para os testes. No começo deste ano, ela contou em reportagem ao site do Coren (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) que já tinha tomado duas doses e não teve nenhum tipo de reação. “Sou monitorada periodicamente. Além disso, há um canal do WhatsApp pelo qual entram em contato semanal comigo”, explicou. Como ela foi escolhida agora para tomar a vacina, pode-se imaginar que ela tinha tomado placebo.