As corridas por aplicativo podem custar até quatro vezes mais em algumas regiões de São Paulo quando ocorrem eventos "atípicos", como a greve do Metrô e da CPTM nesta terça-feira (28), que impacta diretamente o transporte público. Tempestades, horário e a falta de carros em certas localidades também podem abalar o preço, muitas vezes desfavorável aos passageiros, mas vantajoso para os motoristas, que recebem um pouco mais para dirigir durante esses eventos. O presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo, Eduardo Lima de Souza, explica que as empresas possuem o chamado "preço dinâmico", que consiste em aumentar os valores quando a demanda está muito alta. Assim, o motorista é estimulado a ganhar mais para trabalhar em situações que também podem impactá-lo diretamente. "O limite de dinâmico que um motorista por aplicativo recebe é R$ 30, no máximo. Nesse exemplo de preços quatro vezes mais caros, vamos supor que uma corrida que daria R$ 50 estaria dando R$ 200 ao passageiro. Nesse caso, o motorista só recebe R$ 50 da corrida mais os R$ 30 do dinâmico", explicou. • Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp • Compartilhe esta notícia pelo Telegram • Assine a newsletter R7 em Ponto Geralmente, o percentual da taxa de serviço da empresa para a qual aquele motorista presta serviço não se altera. Apesar disso, Souza afirma que "tudo depende do valor da corrida". "A corrida de R$ 6, por exemplo, daria R$ 24 se fosse quatro vezes mais e está dentro do parâmetro. O motorista é limitado até R$ 30 de dinâmico", ressalta. Então, se o preço for pequeno, geralmente não altera o valor recebido pelo trabalhador nem a taxa cobrada pela empresa. O presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo diz que a taxa pode variar entre as empresas. Há algumas que cobram 10% do valor das corridas, e outras chegam a descontar até 60%. "O dinâmico é vantajoso, mas trabalhar em momentos assim também pode ser bem estressante para o motorista. Tem trânsito fora do normal, passageiro que precisa chegar rápido, então somos bem pressionados. Passando esses períodos, automaticamente os preços vão caindo e vai normalizando", diz Souza. Segundo o motorista de aplicativo, não há reajuste no valor pago à categoria desde 2016; então, "quando há um acontecimento desses, a população infelizmente sofre, mas o motorista consegue um certo ganho a mais", conclui.Estações fechadas devido à greve no Metrô e CPTM frustram passageiros em SP; veja imagens