Entenda por que não é possível testar a presença de metanol em bebidas sem um laboratório
Professor de química explica que o álcool comum possui várias características semelhantes ao metanol, o que dificulta sua distinção sem o equipamento correto
São Paulo|Do R7
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A ingestão de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol pode causar danos graves à saúde, como cegueira e até morte, segundo o professor Marcos Erbelin, da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Pequenas doses, algumas caipirinhas, por exemplo, você já pode ter a sua saúde completamente comprometida”, afirma o especialista.
Ao Conexão Record News de terça-feira (30), Erbelin explica que o metanol e o etanol possuem propriedades físico-químicas muito semelhantes, o que dificulta a identificação da adulteração fora de laboratório. “Como as propriedades físico-químicas do metanol e etanol são muito próximas, são incolores, praticamente o mesmo odor, o odor alcoólico característico. É muito difícil você desenvolver uma metodologia muito rápida para fazer esse teste”, diz.
A substituição do etanol pelo metanol, segundo o professor, procura o lucro financeiro, sem considerar os riscos ao consumidor. “É uma preocupação para que todos os esforços sejam feitos por todos os órgãos públicos para que essa adulteração seja combatida e, principalmente esse surto, que nós estamos verificando, seja investigado o mais rápido possível, porque os danos são seríssimos”, afirma. O especialista reforça que, em caso de suspeita de intoxicação, é essencial buscar atendimento médico imediato.
O delegado Ronaldo Sayeg, diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais, afirmou que não há qualquer evidência de participação do PCC (Primeiro Comando da Capital) na contaminação das bebidas com metanol. “Não há qualquer evidência de que o PCC possa estar por trás da contaminação, direta ou indireta, dessas bebidas”, disse durante coletiva do governo paulista nesta segunda-feira (30).
Mais cedo, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, destacou que a corporação atuará de forma integrada com outras investigações, diante da suspeita de que o crime possa ter ramificações interestaduais. “A investigação dirá se há conexão com o crime organizado”, afirmou, ao citar possíveis vínculos com fraudes em cadeias de combustível.
O governador Tarcísio de Freitas também participou da coletiva e anunciou medidas cautelares contra os estabelecimentos envolvidos. “O comércio só será liberado para funcionar novamente se houver certeza de que está seguro”, declarou. A interdição busca conter o avanço dos casos e garantir a segurança dos consumidores.
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