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Entenda por que o tempo seco deixou a água do Rio Pinheiros verde

Com a falta de chuva em São Paulo, a vazão do rio diminuiu, favorecendo a proliferação de algas, explica a Cetesb

São Paulo|Do Estadão Conteúdo

Rio Pinheiros, que apresenta coloração esverdeada devido à estiagem FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO - 10.09.2024

O Rio Pinheiros amanheceu verde e ainda mais turvo desde segunda-feira (9), chamando a atenção de quem passa pela Marginal ou olha através das janelas dos grandes prédios da Vila Olímpia e da Cidade Jardim. De acordo com a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), o motivo foi o tempo seco. O estado de São Paulo enfrenta seca histórica, com alto risco de incêndio.

“Por conta do período seco, agravado pela forte estiagem, a vazão do Pinheiros diminuiu significativamente, favorecendo a proliferação de algas devido às concentrações de nutrientes em relação à pouca água no rio”, afirma a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado, por meio da Cetesb.

A proliferação de algas é um fenômeno que pode acontecer em rios e lagos por causas naturais, mas principalmente como resultado da ação humana, quando a água está poluída. Derramamento de esgoto, poluentes, fertilizantes e dejetos de animais intensificam o problema, que provoca proliferação de cianobactérias e é nocivo à saúde, segundo o Ministério da Saúde.

As características do Pinheiros, de “rio atípico”, com pouca vazão e despejo frequente de carga orgânica, colabora para o agravamento do fenômeno. A Cetesb diz que a condição da água só deve melhorar após chuvas intensas. Ou seja, é preciso aumentar a quantidade de água no rio.


São Paulo tem previsão de chuva para o domingo (15) e segunda-feira (16), mas a intensidade deve ser fraca, chegando a até 18 milímetros. Pelo segundo dia consecutivo, a capital paulista ocupa o primeiro lugar em um ranking mundial de pior qualidade do ar, por conta do tempo seco.

A própria Cetesb classifica a poluição na região metropolitana como “muito ruim”, com consequências para pessoas com problemas respiratórios e também para a população em geral.

Questionada a respeito do tratamento da água do Rio Pinheiros, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente afirmou que vem implementando, desde o início de 2023, “uma série de ações de curto, médio e longo prazo, como ampliação do saneamento básico, monitoramento da qualidade da água, desassoreamento e recuperação de fauna e flora” do Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros.

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