"Era reservado e fazia advocacia ", diz irmã de jovem morto pela Rota
Policiais da Rota matam quatro em perseguição por 21 km na rodovia Dutra. Vitor Barbosa, uma das vítimas, trabalhou como motorista de aplicativo
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
A irmã de Vitor Barbosa, de 21 anos, um dos jovens mortos por policiais da Rota na noite da quarta-feira (17) durante uma perseguição por 21 km, afirmou que ficou surpresa com as circunstâncias que levaram à morte do rapaz. De acordo com a Record TV, ela disse que o irmão era uma pessoa reservada, de poucas palavras e que estudava. "Ele estava no 4º semestre de advocacia e era engenheiro mecatrônico pelo Senai", diz a mulher que prefere não se identificar.
Segundo a irmã, o rapaz era amigo de infância de outros três homens que morreram executados durante a perseguição policial que começou na avenida Celso Garcia, na zona leste, e terminou no km 214 da Rodovia Presidente Dutra, sentido Rio de Janeiro, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo.
As outras vítimas Nicolas Canda, 19 anos, Leonardo Carvalho, 23 anos, Roney Oliveira, 20 anos, moravam no bairro de São Mateus, também na zona leste. "Para nós, Vitor era motorista da Uber, não sabia que ele não estava trabalhando."
O homem era cadastrado como motorista da Uber, mas, de acordo com a empresa de aplicativo, não realizada viagens utilizando o aplicativo há cerca de um mês. Por meio de nota, a Uber afirmou que está à disposição das autoridades para fornecer informações na investigação.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança de São Paulo afirmou que o caso está sendo investigado pelo 7º DP de Guarulhos. Em uma primeira versão, a polícia afirmou que o veículo havia sido produto de um furto. Momentos depois, porém, de acordo com informações da Record TV, foi comprovado que o veículo pertencia a Vitor Barbosa e estava em situação regular.
"Na ocasião, quatro suspeitos furtaram um veículo na zona leste da Capital e, durante acompanhamento, foram interceptados por policiais militares na Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos", declarou o órgão.
"Após troca de tiros com a equipe, os quatro envolvidos foram atingidos e morreram no local. Todas as circunstâncias dos fatos serão apuradas durante a investigação pela Polícia Civil e pela Polícia Militar, por meio de IPM. A Corregedoria acompanha."