Os alunos da Escola Estadual Professora Emilia Crem dos Santos, em Mauá, na Grande São Paulo, sofrem há um ano com uma série de problemas. Há 15 dias, a escola teve o quadro de energia elétrica vandalizado e a fiação furtada e, até hoje, o material não foi reposto, o que fez a direção da escola suspender as aulas. Além disso, o mato toma conta de parte da escola, que também acumula lixo e virou foco de insetos e ratos.
Além do roubo, que prejudicou o calendário de aulas, escola sofre com abandono
Reprodução"O ensino é ótimo, mas nossa escola está abandonada", lamenta o estudante Gustavo Ferreira, 12 anos.
Isabela Gonzaga, de 13 anos, A outra aluna da escola, reclama que está, há duas semanas, sem aulas, e que a direção diz não ter previsão de quando as serão retomadas. "Por fora está assim, toda feia, mas lá dentro não é ruim e os professores são ótimos", conta a estudante que também lamenta as frequentes ações de vandalismo contra o colégio em que estuda.
O R7 visitou a escola na última quinta-feira (8) e encontrou um prédio que parecia estar abandonado. Logo na entrada, a reportagem se deparou com todos os portões abertos e com o quadro de luz arrombado. O relógio de medição havia sido roubado e toda a fiação elétrica, arrancada. Também havia restos de um cadeado, que tinha sido cortado e dava sinais que quem roubou a fiação estava preparado.
No corredor que dá acesso ao prédio, havia lixo e mato bem alto, com quase um metro de altura. O prédio onde ficam as salas de aula, há grades enferrujadas, pichações e vidros quebrados. Por volta de 16h45, não havia nenhum funcionário no local. Só após quase 1h em frente ao local é que uma moça apareceu dizendo ser caseira da escola e pediu que a reportagem deixasse o local.
Maria das Graças, de 56 anos, que tem o neto matriculado na escola, diz que sempre participa das reuniões e que há muito tempo reclama das condições da escola. "É mato alto, lixo. Sempre venho na reunião e reclamo, aí agora vem esses bandidinhos e roubam a fiação, então falta não só segurança, mas também consciência", reclama dona Graça.
Isabela Gonzaga, 13, reclama que está há duas semanas sem aulas
Edu Garcia/R7 - 09.02.2018Sem energia elétrica e com o prédio vandalizado, quem procura a escola para pedir informações diz que a direção afirma que já acionou a Secretaria Estadual de Educação e que não havia, até a última quinta-feira, previsão para o reparo da fiação elétrica. Também informou que as aulas só serão retomadas após solucionado o problema.
Não é a primeira vez que a escola é vandalizada e tem a fiação roubada. Segundo apurou o R7, é a terceira vez em menos de um ano. O crime é comum em São Paulo. Criminosos se aproveitam e roubam a fiação e os materiais elétricos, que têm alto valor no mercado, principalmente por conta do cobre, matéria-prima desses itens.
Não foi só a escola que foi alvo de furto. Um posto de saúde da cidade também teve a fiação elétrica furtada, mas, para ele, a prefeitura de Mauá, que administra o local, providenciou os reparos no dia seguinte.
Maria das Graças, 56, é vó de um aluno e diz que falta segurança e consciência
Edu Garcia/R7 - 09.02.2018Segundo a Secretaria Estadual de Educação, o prejuízo deste último furto na Escola Professora Emilia Crem dos Santos passou dos R$ 26 mil. A pasta lamentou a ação dos vândalos e informou que, nesta quarta-feira (14), a instalação elétrica será reposta.
A pasta também esclareceu que destinou uma verba de R$ 7.500 para que a direção possa fazer manutenção emergencial no prédio, entre elas "capinagem do mato, troca de torneira, limpeza da caixa d’água, revestimentos, troca de vidros, janelas e esquadrias e pintura".
A previsão é de que os alunos da escola reponham os dias de aula perdidos no fim do semestre.