Baseada na melhora de alguns dos indicadores da pandemia de Covid-19, como queda nas internações e diminuição das taxas de ocupação de leitos de UTI, a Vigilância Sanitária municipal de São Paulo está recomendando ao governo paulista a liberação do uso obrigatório de máscara em locais abertos.
O estudo foi enviado ao Comitê Científico estadual e se juntará a outros documentos que serão analisados a fim de decidir sobre o tema. A expectativa é que nesta quarta-feira (9) o governador João Doria anuncie se novas medidas serão adotadas em relação ao uso de máscara facial no estado de São Paulo.
"Neste momento, o cenário epidemiológico é de queda importante do número de doentes pela Covid-19 nas últimas semanas e os indicadores assistenciais apresentam as menores taxas de ocupação de leitos de UTI e enfermaria desde 2020", afirma o documento da Prefeitura de São Paulo.
Entre as recomendações sugeridas nas considerações finais do documento de 29 páginas estão a desobrigação do uso de máscara ao ar livre e em ambientes abertos, a continuidade das medidas não farmacológicas de precaução (como higiene das mãos e uso de máscara em locais fechados) e a intensificação da vacinação da população adulta com a dose de reforço.
Em 4 de maio de 2020, teve início a obrigatoriedade do uso de máscara facial contra o coronavírus no transporte público da Grande São Paulo. Na mesma semana, em 7 de maio, o acessório tornou-se obrigatório em todo o estado e passou a fazer parte da rotina dos paulistas. Agora, a medida será revista.
O debate ocorre em um momento no qual muitos lugares já discutem tirar a obrigatoriedade do uso de máscara. Na Europa, alguns países já flexibilizaram o uso. No Brasil, a cidade do Rio de Janeiro passará a não mais exigir a máscara em espaços fechados a partir desta terça-feira (8). Desde outubro o uso já era facultativo em espaços abertos.
Os estados de Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Rio de Janeiro liberaram as pessoas de usar o protetor facial em ambientes abertos, assim como o Distrito Federal. Em dois estados — Rio Grande do Sul e Santa Catarina —, crianças estão liberadas do uso inclusive nas escolas.
As medidas dividem os especialistas, e muitos afirmam que esse movimento é precoce, pois o Brasil ainda tem número elevado de contaminações e mortes todos os dias e, apesar do momento de desaceleração da pandemia no país, ainda não se sabe qual será o impacto das aglomerações do Carnaval nos dados da Covid-19.