'Eu me assustei', diz prefeito de SP sobre estudo de qualidade de vida

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou, nesta quinta-feira (20), que vai buscar soluções para melhorar os indicadores da capital paulista e os problemas apontados pela população na pesquisa da Rede Nossa São Paulo. No estudo, 57% dos moradores demonstraram interesse em deixar a cidade se pudessem e a maioria não viu mudança na qualidade de vida. 

O levantamento também mostrou que 45% dos paulistanos avaliam a atual administração municipal como ruim ou péssima, alta de 10 pontos percentuais na comparação com 2020. Apenas 13% veem a gestão como ótima ou boa e 39% como regular. Outros 3% não responderam.

"Quando fiquei sabendo de alguns dados do resultado da pesquisa, confesso que me assustei um pouquinho, até conversei com o Jorge [Abraão], mas será que tá certo mesmo? Mas é muito bom termos essa pesquisa, que vai nos balizar a continuar na missão de procurar fazer o melhor sempre, reconhecer eventuais falhas, buscar a solução e atender a população de São Paulo", destacou o prefeito. 

Nunes disse que gosta de desafios e de escutar a opinião da população. Ele se comprometeu a cumprir o Plano de Metas da gestão municipal.

"Nós vamos buscar, e alcançar, solucionar e melhorar a percepção da população no atendimento ao Plano de Metas, pactuado com a sociedade no momento da eleição do Bruno [Covas] e minha e depois nas audiências públicas, com muitas contribuições, mesmo na pandemia", ressaltou o prefeito.

Em evento, Ricardo Nunes buscou demonstrar que a população tem uma percepção equivocada com relação a alguns aspectos, como a integração de São Paulo com os 38 municípios da região metropolitana. Na pesquisa, 46% dos moradores disseram que não existe integração entre a gestão paulista e a das demais cidades e que, se houvesse, melhoraria a qualidade de vida. 

"Tive, no mínimo, cinco reuniões em seis meses com todos os prefeitos. Falamos sobre mobilidade, zeladoria nas áreas de divisas, enfrentamento da Covid-19 e vacinação, isso sem falar nas conversas por telefone. Também constituímos grupo de trabalho", justificou-se.

O prefeito, no entanto, reconheceu que é preciso melhorar a comunicação das ações da prefeitura à população, mas disse não saber como.

Outras demandas

Outra demanda da Rede Nossa São Paulo que o prefeito destacou ter atendido é a regionalização dos investimentos, com distribuição desigual, de forma a atender às áreas mais vulneráveis da cidade, num total de R$ 5 bilhões. Segundo a pesquisa, sete em cada dez paulistanos acreditam que o percentual de distribuição regionalizada dos recursos deveria ser maior. 

Sobre a zeladoria na cidade, Ricardo Nunes elencou a substituição das lâmpadas na iluminação pública por lâmpadas de LED, que melhoram a luminosidade e são mais econômicas, o uso de tecnologia em serviços como tapa-buracos e o edital de licitação de R$ 1 bilhão para o recapeamento de vias.

Ele ainda lembrou que a saúde foi eleita o melhor serviço e que São Paulo é a capital mundial da vacina. "Temos 20 UPAs hoje na cidade; em 2017 eram três. Vou inaugurar mais duas", contou.

"Preciso mostrar mais à sociedade tudo aquilo que estamos conseguindo fazer. É natural que, se você está desempregado, você fique chateado com a cidade. O aumento da criminalidade se reflete nessa percepção. A pandemia mexe com a percepção das pessoas. É uma cidade complexa com muitos problemas, mas é linda, acolhedora e com serviços maravilhosos. Vamos melhorar o resultado da percepção das pessoas", defende.

Câmara de Vereadores

Segundo a pesquisa, a atuação da Câmara de Vereadores de São Paulo foi avaliada como ruim ou péssima por 57% dos entrevistados. Outros 27% acreditam ser regular e apenas 8% acham que é ótima ou boa; outros 8% não responderam. Para um quarto da população, os vereadores teriam de conhecer a fundo os problemas da região para contribuir com a melhora na qualidade de vida.

Sobre a má avaliação da Câmara Municipal, Ricardo Nunes, que é ex-vereador, saiu em defesa dos parlamentares e ressaltou os projetos de lei de alta relevância recentemente aprovados pelo Legislativo.