Exército confirma elo e promete expulsar militares envolvidos em furto de metralhadoras em quartel
Segundo o general de brigada Maurício Vieira Gama, há possibilidade de o extravio ter acontecido entre 5 e 8 de setembro
São Paulo|Letícia Dauer, do R7
O Exército Brasileiro confirmou, nesta quinta-feira (19), o envolvimento de militares no furto de 21 metralhadoras da base militar em Barueri, na Grande São Paulo. Hoje, oito armas já foram recuperadas pela Polícia Civil no Rio de Janeiro.
A informação foi divulgada pelo general de brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, durante coletiva de imprensa.
"A linha de investigação mais provável é de que as armas tenham sido desviadas mediante furto com participação de militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, embora nenhuma hipótese tenha disso descartada até o presente momento. Há possibilidade de o extravio ter acontecido no lapso temporal de 5 a 8 de setembro", afirmou o general de brigada.
Segundo Gama, os militares temporários serão imediatamente expulsos. Enquanto os de carreira serão submetidos ao conselho de justificação ou disciplina, caso seja comprovada a participação deles.
A quantidade e a identificação dos militares envolvidos no desvio do armamento de calibre grosso - com capacidade de derrubar aviões e perfurar blindagens - não foram divulgadas, pois a investigação corre sob sigilo.
Os militares do setor de fiscalização e controle do Arsenal de Guerra também poderão ser responsabilizados na esfera administrativa e disciplinar por eventuais irregularidades, explica Gama.
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Durante a coletiva, o general de brigada também declarou que o diretor do Arsenal de Guerra de São Paulo será exonerado e um substituto deve ser nomeado em breve.
"O Exército considera esse episódio inaceitável e não medirá esforços para responsabilizar os autores e recuperar todo o armamento no mais curto prazo. Tudo está sendo investigado", reforça Gama.
Como o furto foi descoberto?
As 21 metralhadoras furtadas - sendo 13 de calibre .50 e oito de calibre 7,62 - estavam guardadas no setor conhecido com Arsenal de Guerra, responsável pelas manutenções.
Para o local, são enviados armamentos de outras organizações militares, que estão indisponíveis. Então, é verificado se é viável recuperar economicamente o armamento. No caso de negativa, o material é inutilizado e retirado do patrimônio do Exército.
A sala é fechada com um lacre e um cadeado. O general revelou que, no dia 10 de outubro, foi constatado que a porta "foi forçada para entrar" e que 21 armas haviam desaparecido. Antes da descoberta do crime, a última inspeção oficial da sala havia sido realizada em 6 de outubro.
O local ainda é equipado com câmeras de segurança, que estão sendo analisadas. Questionado, o general de brigada não respondeu se o equipamento apresentou falha no funcionamento. Após o furto, o Exército também vai rever os procedimentos de checagem de equipamento.
Até esta quinta-feira (19), 160 militares ainda estavam aquartelados na base de Barueri. Isto é, estão retidos no quartel. Com a redução do efetivo, o Exército informou que "passou da situação do estado de prontidão para sobreaviso".