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Febre amarela: 'Quem não se vacina está correndo risco', diz médico

Infectologista e virologista da Unifesp faz alerta para 'relaxo' das pessoas em relação às vacinas contra a febre amarela, que corre risco de novo surto

São Paulo|Guilherme Padin, do R7

'Não estamos conseguindo convencer a população', afirma especialista
'Não estamos conseguindo convencer a população', afirma especialista

Causa de nove mortes no Estado de São Paulo em 2019, a febre amarela voltou a preocupar os paulistanos há cerca de duas semanas, quando um macaco do zoológico de São Paulo, na zona sul da capital, foi diagnosticado com o vírus.

Segundo Celso Granato, infectologista e virologista da Unifesp, a preocupação da população é válida, como ele explica à reportagem do R7.

“Existe chance, sim [risco de novo surto de febre amarela]. Se ele (o macaco) ficou doente, quer dizer que há circulação de mosquito. Quem mora perto e não está protegido (ou seja, não está vacinado), está correndo risco”, alerta Granato.

Veja também: OMS alerta para possível 3ª onda de surto de febre amarela no Brasil


Um fator agravante apontado pelo médico é que, “justamente nas regiões próximas ao zoológico é onde a porcentagem de pessoas protegidas é menor”. Segundo ele, cerca de 55% dos habitantes das proximidades do local estão vacinados.

Em nota divulgada no último dia 14, a Prefeitura informou que, em toda a cidade, a cobertura da vacinação contra a febre amarela chegou a 77%. A meta da Secretaria de Saúde, no entanto, é de 95%.


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“Se você mora ali [nos arredores do zoológico], é um risco maior do que de quem vive nas proximidades da Avenida Paulista, por exemplo. E é essa a população (da zona zul, próximo ao local) que mais deveria estar protegida”, afirma o infectologista.

Em todo o Estado de São Paulo, foram 608 casos de pessoas infectadas com o vírus. Destes, 222 resultaram em mortes.


Por que as pessoas não procuram pela vacina?

Apesar da cobertura da vacina ter aumentado recentemente, ainda está distante da meta imposta pela Prefeitura.

Celso Granato faz críticas sobre o alcance das campanhas de vacinação: “Já não sabem o que fazer para conseguir vacinar as pessoas. Estamos falhando na comunicação. Não estamos conseguindo convencer a população [a se vacinar]”.

E por qual razão o médico acredita que a população não tem sido convencida? Para ele, “quando a doença não é mais comum, as pessoas relaxam. Isso se dá pelo fato de termos conseguido controlar muito bem nos últimos 20 anos”.

Granato acredita que “as pessoas param de se vacinar como se as doenças não existissem mais. E isso é um risco. Não podemos baixar a guarda”.

Prefeitura e Governo do Estado alertam para cuidados e riscos

Zoológico de SP recomenda que apenas vacinados visitem o local
Zoológico de SP recomenda que apenas vacinados visitem o local

A Secretaria Estadual de Saúde informa que, por orientação do Jardim Botânico e do zoológico de São Paulo, apenas aqueles que já foram vacinados contra a febre amarela visitem ambos os locais. A medida, de acordo com o órgão, “visa prevenir que público fique suscetível à infecção pelo vírus”.

O macaco bugio, diagnosticado com a doença há duas semanas, está vivo, isolado e sob monitoramento.

Leia mais: Campanha contra a febre amarela visa vacinar 4 milhões de cariocas

A secretaria do Estado destaca também que “todos os paulistas devem se vacinar contra a febre amarela, caso ainda não estejam imunizados. Moradores de qualquer região de SP precisam se prevenir contra a doença, sobretudo aqueles que residem ou visitam áreas rurais, de mata e ribeirinhas, onde há vegetação densa”.

A Prefeitura de São Paulo alerta que quem recebeu a dose fracionada fica protegido por oito anos, portanto, “não há a necessidade de reforço [da dose completa]”, com exceção feita àqueles que forem viajar a locais que exijam o Certificado Internacional de Vacinação.

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