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Filha acusa enfermeira de espancar pai em hospital na zona sul de SP; secretaria nega acusações

Uma testemunha que divide o quarto com o idoso informou que a agressão só acabou quando ela pediu à profissional que parasse

São Paulo|João Pedro Lobo, da Agência Record*

Idoso já sofreu outros seis AVCs
Idoso já sofreu outros seis AVCs

Uma mulher alega que o pai foi brutalmente agredido por uma enfermeira no Hospital Regional Sul, em Santo Amaro, na zona sul de São Paulo, na última sexta-feira (31). Cícero Alves dos Santos, agricultor de 62 anos, teve um AVC (acidente vascular cerebral) e precisou ser internado, com risco de vida, na Unidade de Pronto Atendimento Santo Amaro.

Não é a primeira vez que Cícero sofre problemas de saúde. Essa é a sétima vez que ele tem um AVC.

Na semana passada, o homem teve que ser transferido para o Hospital Regional Sul e lá foi internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Na sexta-feira (31), Cícero teve alta da UTI. Em razão de sua idade, ele tem direito a um acompanhante no quarto, porém o hospital não liberou esse benefício.


Após muita luta, a família conseguiu visitá-lo. A filha de Cícero foi ver o pai no domingo (2), ocasião em que o paciente que divide o quarto com o idoso disse a ela que "não aguentava mais ver ele apanhando".

O paciente afirmou que na sexta-feira (31), quando Cícero foi transferido para o quarto, durante a madrugada a enfermeira o jogou na cama e bateu nele por horas. Em certo momento, a testemunha levantou e pediu a ela que parasse, instante em que a agressão cessou.


A filha afirma que seu pai está muito machucado, inclusive suas partes íntimas estão inchadas.

O que diz a Secretaria Estadual de Saúde?

A reportagem entrou em contato com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), que negou as acusações da filha da vítima. Confira a nota na íntegra:


"O Hospital Regional Sul (HRS) informa que o paciente C.A.S. foi prontamente acolhido pelos profissionais da unidade e está sendo devidamente assistido por equipe multidisciplinar. Após ter conhecimento da denúncia pela emissora, o paciente foi avaliado por um médico, que constatou que as marcas no seu corpo não são hematomas de agressão e sim úlceras de pressão (escaras), comuns em pacientes com a mesma condição clínica, que ficam acamados. As lesões já estavam presentes no momento de sua internação. Além disso, o paciente encontra-se contido na maca, para a sua própria segurança, conforme os protocolos que são estabelecidos aos casos em que há risco de queda. As visitações estão liberadas e, em nenhum momento, houve desautorização por parte da unidade.

Os pacientes que compartilham o quarto com o enfermo foram questionados sobre os relatos apresentados pela reportagem e ambos negaram terem testemunhado tais fatos. A primeira queixa na unidade deste teor foi registrada pela família nesta terça-feira (4). A assistência social da unidade já está em contato com os denunciantes. O HRS está apurando as circunstâncias e está à disposição para quaisquer esclarecimentos. Caso seja constatada qualquer atitude inadequada da equipe de enfermagem, os responsáveis serão penalizados com todas as medidas cabíveis".

*Estagiário, sob supervisão de Augusta Ramos

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