Filho se reencontra com a mãe em SP após 40 anos sem vê-la
Com apenas 1 ano e meio de idade, Carlos Rodrigues da Silva foi levado pelo pai de São Paulo para a Bahia
São Paulo|Do R7
Um filho foi separado da mãe ainda bebê e, 40 anos depois, reencontrou a genitora em São Paulo. A busca foi intermediada pela Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos, da prefeitura da capital.
Com apenas 1 ano e meio de idade, Carlos Rodrigues da Silva foi levado pelo pai de São Paulo para a Bahia. Maria Lucia Justino de Abreu ficou na capital paulista. Carlos gravou um vídeo e postou nas redes sociais, pedindo ajuda para encontrar sua mãe e ter a chance de abraçá-la.
A agente comunitária de saúde Vaneide Teixeira Pessoa Flores encaminhou o vídeo para a Divisão de Localização Familiar e Desaparecidos. No mesmo dia, Darko Hunter, coordenador da Divisão, encontrou a mãe de Carlos. A história foi documentada pela Prefeitura de São Paulo em um vídeo divulgado no YouTube. Veja abaixo:
“O caso do Carlos foi a perda de contato com a família. Iniciamos as pesquisas com o nome da dona Maria, conseguimos localizá-la e acompanhamos o emocionante reencontro", explica Darko, que foi um dos pioneiros na área na cidade de São Paulo. A divisão atua em três frentes: a busca de pessoas desaparecidas; a da família por perda de contato; e a de familiares em caso de pessoas que foram a óbito e estão no IML (Instituto Médico-Legal) do Estado de São Paulo.
O coordenador orienta que não é preciso esperar 24 horas para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento. Quando perceber que a pessoa saiu da rotina, as buscas podem ser iniciadas.
O serviço
A busca por pessoas desaparecidas na Prefeitura de São Paulo começou em 2007, na Central de Atendimento Permanente de Emergências da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), que ajuda no restabelecimento do vínculo familiar e comunitário de pessoas em situação de rua. Darko viabilizou o trabalho em conjunto com a 4ª Delegacia de Investigação sobre Pessoas Desaparecidas, onde eram feitos os boletins de ocorrência de encontro de pessoa. Desde então, 6.796 pessoas foram encontradas na cidade.
Em 2013, nasceu o DELFD (Departamento Especializado em Localização Familiar e Desaparecidos), no Creas-POP (Centro de Referência Especializado de Assistência Social para População em Situação de Rua), na Barra Funda. Neste ano também foi criado o alerta de desaparecimento nos sistemas dos centros de acolhimento da Smads, que foi ampliado, e hoje integra também os serviços de Saúde e de Direitos Humanos da Prefeitura de São Paulo. Hoje existem 3.564 alertas no sistema.
O serviço da Prefeitura de São Paulo ganhou um posto avançado em 2015, no bairro da Luz, para atendimento prioritário a familiares de pessoas desaparecidas que fazem buscas na região conhecida como Cracolândia. Em 2016, o DELFD passou a receber dados do IML central e, em 2019, todos os IMLs do Estado de São Paulo foram integrados ao serviço.