Mais de 15 equipes, entre Polícias Civil e Militar e Guarda Civil Municipal, realizam força-tarefa para instalar barreiras de concreto ao redor do bar Paraíso na Laje, em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, nesta sexta-feira (9). O local foi o último lugar onde as amigas Julia Renata Garcia Rafael, de 26 anos, e Claudia Cristina, de 35 anos, foram vistas antes de morrer. A ação é coordenada pelo delegado Oswaldo Nico, do Dope (Departamento de Operações Estratégicas), e também conta com caminhão e retroescavadeira da Prefeitura de São Paulo. O intuito dos agentes era emparedar o bar, que já foi notificado e lacrado anteriormente. Foi nesse local que Julia e Claudia foram vistas com vida pela última vez. As duas morreram após ingerirem drogas, que teriam sido colocadas na bebida, e que causaram paradas cardiorrespiratórias, segundo o laudo do IML (Instituto Médico Legal). Além das jovens, o estabelecimento teria relação com a morte de um outro homem. No sábado (3), 50 agentes foram mobilizados para fazer a operação, mas o caminhão que levava os materiais para a interdição do estabelecimento não conseguiu chegar à casa noturna e o evento foi cancelado. O dono do estabelecimento é investigado por possível envolvimento no caso da morte das amigas e também por tráfico de drogas.O caso As vítimas não foram baleadas e teriam sido dopadas com alguma droga colocada na bebida. A causa da morte foi envenenamento. Elas são de Manaus (AM), moravam em Guarulhos, na Grande São Paulo, e teriam sido atraídas para a casa noturna, que fica na comunidade. No local, foram recebidas pelo proprietário da boate. Os corpos foram deixados no acostamento do quilômetro 48 do Rodoanel Mário Covas, localizado a 25 km de distância da comunidade. A principal linha de investigação da Polícia Civil de São Paulo é que as duas amigas tenham sido vítimas do Tribunal do Crime Organizado. Uma delas manteria relacionamento com um policial militar e a outra com um traficante do Rio de Janeiro, o que iria contra os interesses do tráfico em Paraisópolis. Até o momento, ninguém foi preso.