Fundação Casa investiga ferimento em adolescente que matou professora em ataque à escola
Estudante teria caído da cama durante o sono e se ferido em 29 de março no Centro de Atendimento Inicial e Provisório Gaivota
São Paulo|Do R7
A Corregedoria da Fundação Casa instaurou um inquérito administrativo para apurar um acidente que envolveu o adolescente de 13 anos, que matou a professora Elisabeth Tenreiro e deixou quatro pessoas feridas durante ataque à Escola Estadual Thomázia Montoro.
De acordo com a Fundação Casa, o episódio ocorreu na quarta-feira (29) no Centro de Atendimento Inicial e Provisório (CAIP) Gaivota, no centro de São Paulo.
"Em depoimento à corregedoria, o jovem afirmou que caiu da cama durante o sono. Ele foi prontamente atendido e encaminhado para o atendimento médico", informou a pasta por nota.
Questionada sobre a gravidade dos ferimentos, a Fundação Casa afirmou que não dispõe da informação, pois a investigação corre em sigilo para não atrapalhar seu andamento.
Desde a semana passada, o estudante está na unidade onde permanecerá internado provisoriamente por até 45 dias. A decisão segue as regulamentações do artigo 183 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Até a publicação da reportagem, a advogada de defesa da família do estudante não foi localizada.
Relembre o caso
O adolescente foi apreendido após ter atacado e ferido, com uma faca, quatro professores e dois alunos na escola localizada na rua Doutor Adolfo Melo Júnior, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo, na segunda-feira (27). O ataque ocorreu por volta das 7h30, quando as aulas já tinham começado.
Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, uma das docentes atacadas pelo estudante, não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela era funcionária aposentada do Instituto Adolfo Lutz, e, desde 2013, passou a se dedicar ao ensino de crianças.
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Pais de estudantes ouvidos pela reportagem contam que teriam ocorrido brigas entre alunos na semana anterior. O autor dos ataques teria sido um dos envolvidos, e a professora Elisabeth, vítima do atentado, uma das que separaram os conflitos.
Em depoimento, o rapaz afirmou que sofreu bullying ao longo de dois anos nas escolas em que estudou e que treinava golpes de faca em um travesseiro. As informações foram divulgadas pelo delegado Marcos Vinicius Reis, do 34° Distrito Policial, responsável pela investigação.
"Falavam que ele era franzino, sobre o cabelo dele", afirmou o delegado em entrevista coletiva nesta terça-feira (28). Reis diz, no entanto, ter dúvidas ainda sobre a motivação e afirma que a investigação prossegue.
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