Governo de SP diz que considera 4ª dose de vacina contra Covid-19
Comitê Científico avalia necessidade de reforço: "Não vai começar imediatamente, mas está na perspectiva dos próximos meses"
São Paulo|Fabíola Perez, do R7
O governo de São Paulo considera aplicar a 4ª dose vacinal contra a Covid-19. Entretanto, o governador João Doria (PSDB), ressaltou, nesta quarta-feira (9), que a aplicação não será imediata. "Não afirmamos que a 4ª dose seria aplicada imediatamente, considerar não significa aplicar, principalmente aplicação imediata. Vacinamos a população todos os anos. Não houve nenhuma afirmativa que será aplicada no curto prazo", disse Doria.
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O médico e coordenador do Comitê Científico, Paulo Menezes, afirmou que a dose adicional é importante, mas não será realizada nesse momento. "Está na perspectiva para os próximos meses. Ainda existem muitas pessoas que não completaram o esquema vacinal e precisam fazer isso", enfatizou.
"A necessidade desses busters é bastante clara. O que precisamos estabelecer é quando e isso está sendo avaliado pelo Comitê Científico", disse Menezes. Segundo o médico, países como Israel e Chile adotaram a dose de reforço para enfrentar a variante Ômicron.
"Hoje, estamos avançando bastante na dose de reforço, mais de um terço da população do estado, mas temos ainda um grande número de pessoas que precisam completar a dose de reforço. Só faz sentido pensar na 4ª dose na medida em que tenhamos uma boa cobertura da dose de reforço. Diria que não é algo que vai começar imediatamente, mas está na perspectiva para os próximos meses."
O secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, disse que nesse momento é preciso focar nas pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal composto por duas doses. "Temos 2,1 milhões de pessoas que não tomaram a 2ª dose e 1,1 milhão são jovens de 12 a 29 anos, justamente aqueles que circulam mais e com isso tem a chance de levar com eles o vírus."
Segundo o secretário, existem hoje no estado mais de 10 milhões de pessoas que poderiam ter tomado a dose adicional e não fizeram. "Esse passa a ser o nosso foco." Gorinchteyn lembrou também que, desde dezembro, o estado oferece a 4ª para pessoas que façam tratamentos que compromotem a sua imunidade.
"Para as outras faixas etárias estaremos discutindo com o PEI, entendendo que o governo sempre teve um posicionamento sobre a necessidade de uma dose de reforço que deve acontecer de forma anual, assim como acontece com outros vírus, como o da gripe."
Queda nas internações por Covid
O Estado de São Paulo teve queda no número de internações por Covid-19 pelo oitavo dia consecutivo, após dois meses de crescimento. A informação foi divulgada pelo secretário estadual de saúde, Jean Gorinchteyn, também durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (9), no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.
"Com mais de 80% da população com imunização completa com duas doses e quase 18 milhões de doses de reforço aplicadas, o estado já acumula 8 dias com redução de internações em enfermarias e UTIs", disse o governador João Doria (PSDB).
"A evolução da vacina teve efeito decisivo e direto neste recuo de internações nestes últimos oito dias. São Paulo ultrapassou a marca de 80% da população com imunização completa com duas doses, e 52% das crianças entre 5 e 11 anos que já receberam a primeira dose da vacina, recorde em todo país”
De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, o estado tem 70,2% de taxa de ocupação e a Grande São Paulo, 70,5%. "À medida que ampliamos não apenas o número de doses, mas as faixas etárias abrangidas, faz com que tenhamos um controle da circulação do vírus na população", disse Gorinchteyn.
Segundo ele, existem hoje 9.797 pessoas internadas por Covid. Em 2 de fevereiro eram 1.492 pessoas a mais. "É o primeiro dos últimos 11 dias, que é exatamente o pico da terceira onda, no dia 29 de janeiro, que temos menos de 10 mil pacientes internados nas unidades hospitalares, somando-se as UTIs e enfermarias. São oito dias consecutivos de quedas nas internações nas enfermarias, o que corresponde a 18% de recuo de internações. São 1.560 pacientes a menos internados desde oito dias atrás."
“A vacinação é a grande responsável ao longo da pandemia pela redução de casos graves e óbitos por Covid-19. É fundamental que neste momento os pais e responsáveis levem seus filhos nos postos de vacinação para receber a primeira dose, pois todos os imunizantes aprovados pela Anvisa são seguros e eficazes”, disse Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização, Regiane de Paula.
De acordo com ela, os 645 municípios do estado estão abastecidos com doses suficientes para a vacinação de 100% das crianças de 6 a 11 anos. As crianças de 5 anos e as imunossuprimidas de 5 a 11 anos podem somente receber o imunizante da Pfizer, enquanto as demais podem ser protegidas pela Coronavac.
Vacinação incompleta
A Secretaria de Estado da Saúde também reforçou a necessidade de quem ainda não recebeu a dose de reforço e os atrasados com relação à segunda dose, de procurar o posto de vacinação para se vacinar.
Segundo a pasta, são cerca de 10 milhões de pessoas elegíveis entre todos os públicos para receber a terceira dose. Com relação aos atrasados com a segunda dose, são 2,1 milhões de pessoas que ainda precisam completar seu esquema vacinal. Cerca de 1,1 milhões destas pessoas têm entre 12 e 29 anos de idade. Desde novembro, por meio do resultado da campanha de vacinação da pasta estadual, houve redução de 50% do número de faltosos em segunda dose.