Guarulhos: Bombeiros recebem quase 100 chamados por enchentes
Não há informação de vítimas. Água invadiu casas e subiu rapidamente. Ainda hoje os estragos são contabilizados na região
São Paulo|Do R7, com informações de Edilson Muniz, da Agência Record
O Corpo de Bombeiros recebeu 98 chamados para ocorrências de enchentes em Guarulhos, na Grande São Paulo, e regiões próximas, da 0h às 5h30 desta sexta-feira (17). Em nenhum dos casos, houve vítimas. Há previsão de novos temporais ao longo do dia.
A Defesa Civil de Guarulhos registrou 16 ocorrências por toda a cidade relativas à forte chuva. A maior parte delas por causa de alagamentos e quedas de muro. A chuva acumulada foi de 112 mm no Jardim Adriana e 138 mm na região central.
Equipes da prefeitura estão nas ruas e realizam os trabalhos de limpeza e de assistência social.
Leia também
De acordo com a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo), devido às fortes chuvas, a circulação em algumas linhas de ônibus foi prejudicada. Elas operam com atrasos e desvios em razão de alagamentos.
Diversos moradores contabilizam os prejuízos das enchentes. A água subiu rapidamente. De acordo com os bombeiros, as chuvas que atingiram a cidade foram muito fortes.
"Eu tava na janela e tinha um rapaz gritando dentro do carro: 'Socorre eu'. A gente ajudou. Senão, ele tinha morrido", lembra um dos moradores em entrevista à Record TV.
Muitos bairros foram atingidos, entre eles o centro da cidade, Macedo, Vila Galvão e Jardim São Roberto. Locais como as ruas Vicente Celestino e Paulo Sérgio, além da avenida Tiradentes, estão com água acumulada.
Na rua Cem, no Parque Continental, a água atingiu a altura da cintura dos moradores. Desesperados, eles tentam recuperar o que restou após a enchente. Na avenida Monteiro Lobato com a rua Lagoa Santa, a água baixou, mas os moradores seguem levantando os prejuízos e realizando a limpeza das residências atingidas.
Em entrevista à Record TV, Patrícia mostrou os estragos provocados pela chuva. Nem mesmo a comporta deu conta de segurar a água, que invadiu o imóvel e danificou os eletrodomésticos e móveis da cozinha.
"A água jorrava dos ralos e do vaso. A geladeira tombou em cima da pia. O tanto que a gente luta, força Deus dá. Não é a primeira vez que acontece, mas é a primeira vez que vejo minhas coisas indo pro lixo", contou, emocionada, a moradora.
Força-tarefa
O prefeito de Guarulhos, Guti (PSD), afirmou que, em cinco horas, choveu mais de 120 milímetros, quantia esperada para todo o mês de dezembro. Uma força-tarefa foi montada para auxiliar a população na limpeza e assistência social.
"Nossa obrigação é estar na rua agora limpando e atendendo as pessoas que mais precisam. Até o momento, não temos vítimas e nem desabrigamentos. Mas temos notícias que a água invadiu a casa das pessoas. Com certeza, como acontece em outras enchentes, as pessoas perdem aí colchão, alimentos, e a nossa obrigação é acudir nesse momento", afirmou o prefeito.
As equipes estão reunidas para mitigar os efeitos das enchentes. De acordo com Guti, a partir do ano que vem terá início uma obra de macrodrenagem no rio Baquirivu para evitar novos problemas. A verba foi conseguida por meio de financiamento externo.
Previsão de mais chuvas
Segundo a meteorologista Fabiene Casamento, da Somar, a previsão ainda é de chuva forte na cidade de São Paulo, principalmente nas zonas leste, norte e sul. O temporal foi mais intenso na madrugada. Em duas horas, o acumulado é de mais de 90 mm.
Os temporais se concentraram na região metropolitana de São Paulo e em Campinas e Jundiaí, no interior do estado.
A chuva deve diminuir nos próximos dias, mas ainda há risco de deslizamentos porque o solo está encharcado. No fim de semana, o temporal dá uma trégua, mas deve voltar entre os dias 22 e 24 com a chegada de uma nova frente fria.
No interior paulista e em cidades próximas a Minas Gerais, há risco de temporal.