Haitianos que vivem em SP pedem ajuda para trazer familiares
União Social dos Imigrantes Haitianos reúne mais de 50 familiares de vítimas do terremoto para solicitar apoio ao governo federal
São Paulo|Kaique Dalapola, do R7
Pelo menos 50 haitianos que vivem na cidade de São Paulo procuraram pela ONG USIH (União Social dos Imigrantes Haitianos) pedindo auxílio para trazer ao Brasil os familiares que vivem no país caribenho e foram vítimas de novo terremoto no último final de semana.
De acordo com Fedo Bacourt, coordenador da ONG, os imigrantes que vivem na capital paulista estão fazendo cadastro dos familiares que estão no Haiti, para a organização pedir ajuda ao governo federal para que as vítimas sejam recebidas e abrigadas no Brasil.
Além disso, a ONG estuda fazer uma campanha para arrecadar alimentos, roupas e dinheiro para enviar às vítimas da tragédia no país. Por enquanto, advogados que prestam serviço para a organização estão formulando o documento para encaminhar ao Ministério da Justiça.
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De acordo com balanço feito pela agência de proteção civil do Haiti atualizado na última terça-feira, 1.941 morreram e quase 10 mil ficaram feridas no terremoto de magnitude 7.2 que sacudiu o sudoeste do país.
A União Social dos Imigrantes Haitianos, que está organizando esse possível auxílio e vinda das vítimas ao Brasil, foi fundada em setembro de 2014, em São Paulo, por pessoas que tiveram a vida devastada por outro terremoto que atingiu o país, em 2010. Eles encontraram na capital paulista uma altenativa para construção de uma nova vida.
Desde a formação, segundo Fedo, a organização já atendeu e prestou assistência a mais de 10 mil haitianos que vivem em São Paulo.
O pico de atendimento, ainda segundo o coordenador da ONG, foi neste período de pandemia, quando mais de 2.000 imigrantes do Haiti precisaram de algum tipo de ajuda da organização. E foi também durante a pandemia que a União Social dos Imigrantes Haitianos passou por uma das maiores dificuldades, que foi o atraso no pagamento de aluguéis da sede.
O grupo, então, fez uma campanha de arrecadação financeira na internet e conseguiu mais de R$ 12 mil de contribuições, o que ajudou a ONG a manter a sede e seguir prestando assistência aos imigrantes. Esse apoio se tornou ainda mais necessário após o último desastre natural do país.