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Hospital de Heliópolis: superlotação e falta de atendimento

Conselheiros de saúde dizem que complexo hospitalar tem profissionais afastados por Covid-19 mas é 'sucateado há tempos'

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Profissionais do Complexo Hospitalar de Heliópolis protestam por melhores condições
Profissionais do Complexo Hospitalar de Heliópolis protestam por melhores condições Profissionais do Complexo Hospitalar de Heliópolis protestam por melhores condições

Moradores de Heliópolis, na zona sul de São Paulo, reclamam da superlotação e da falta de atendimento no pronto-socorro do Complexo Hospitalar de Heliópolis. A unidade fechou as portas para pacientes, e somente casos graves vêm sendo atendidos no local.

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Uma das funcionárias do complexo, que preferiu não se identificar, disse que precisou de atendimento no pronto-socorro no domingo (9) mas não conseguiu ser atendida. Ela relatou ainda que uma empresa terceirizada chegou a colocar um comunicado na entrada do espaço, para impedir a entrada de pacientes.

A funcionária disse também que somente após reclamar foi atendida por um dos médicos. Segundo ela, o pronto-socorro estava lotado em decorrência de funcionários estarem afastados por terem sido diagnosticados com Covid-19. Segundo ela, a falta de atendimento é verificada sobretudo nos fins de semana.

De acordo com Jaqueline Teixeira dos Santos, conselheira municipal de saúde e de supervisão técnica do Ipiranga, são atendidos somente pacientes com demandas urgentes. "Isso é ruim, pois sobrecarrega muito as AMAs [unidades de assistência médica ambulatorial]."

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A falta de atendimento, segundo a conselheira, vem se agravando nos últimos três anos. Ela conta que, em abril de 2021, precisou acompanhar o sogro em uma internação após ele ter sofrido um AVC (acidente vascular cerebral) e percebeu que os atendimentos não são realizados. 

"Tem bastante equipamento bom, vários andares, mas interditados, que não funcionam. Teve até uma parte do hospital que teve reforma, mas não adianta", disse Jaqueline. "Meu sogro só conseguiu atendimento porque ele foi transferido da AMA Sacomã. Conseguiram fazer a remoção porque só lá havia a medicação para derrame."

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A conselheira diz ainda que Heliópolis sofre com a falta de atendimento ginecológico, pediátrico e obstétrico. "Todos os hospitais pediátricos, de ginecologia e obstetrícia também são distantes. Eles mandam procurar outras unidades. Não fazem o atendimento nem dão suporte. Há mais de três anos é assim. Agora, com a Covid, ficou pior ainda."

Manoel Otaviano da Silva, ex-conselheiro de saúde da região, também afirma que o Complexo Hospitalar de Heliópolis vem sendo sucateado há muito tempo. "Ele já não vinha atendendo. Há três anos, faltavam 280 funcionários. O prédio é bom, mas tem espaços que estão vazios. Estão querendo colocar tudo na conta da Covid, mas a verdade é que a doença é mais um agravante."

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Em relação ao fechamento da triagem do pronto-socorro do Hospital Heliópolis, a Secretaria Estadual de Saúde informou que o complexo "está prestando assistência à população, permanece realizando a triagem dos casos, assim como os demais atendimentos".

Segundo a pasta, no domingo (9), devido à alta demanda, o hospital atendeu prioritariamente casos encaminhados pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Resgate ou outros serviços. Os demais atendimentos foram restabelecidos nesta segunda (10).

A secretaria afirmou ainda que o hospital é uma unidade de média e alta complexidade e, "como preconiza o SUS, prioriza os casos graves e gravíssimos. Os pacientes com casos 'leves' são orientados a procurar as unidades básicas de saúde, 'porta de entrada' do SUS".

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