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Ibirapuera planeja trilhas, skate park e app para reserva de quadras

Quatorze meses depois de passar à iniciativa privada, parque da capital paulista planeja novidades para o ano de 2022

São Paulo|

Concessão de parques tem o Ibirapuera como a principal vitrine no cenário brasileiro
Concessão de parques tem o Ibirapuera como a principal vitrine no cenário brasileiro Concessão de parques tem o Ibirapuera como a principal vitrine no cenário brasileiro

Quatorze meses depois do início da concessão pública, pode-se dizer que hoje há um novo Parque do Ibirapuera em São Paulo. Entre elogios e críticas, o espaço está com uma identidade distinta, com alguns serviços novos e extensa exposição de marcas, enquanto a concessionária Urbia planeja mais mudanças para os próximos anos, como novas trilhas e quadras, além de centro de controle de operações com 300 câmeras.

Com um possível enfraquecimento da pandemia, a expectativa para 2022 é levar atividades a diferentes áreas do Ibirapuera. Para a concessionária, a circulação ainda fica muito concentrada no anel central, o que dá sensação de aglomeração.

Na parte de acessibilidade, há a proposta de deixar cadeiras de rodas disponíveis para visitantes e oferecer aluguel de bicicletas com acompanhantes, por exemplo. No que se refere a esportes, é estudado o aluguel de redes e artigos esportivos. Planeja-se a liberação de reservas de horário de uso das quadras por um app, com faixas exclusivas para as mulheres. Além disso, uma parceria com uma marca de esportes prevê a entrega de duas quadras de areia, um espaço multiesportivo e um skate park no próximo semestre.

No lazer e no meio ambiente, o planejamento inclui novas trilhas, uma delas "sensorial", com visitas guiadas agendadas e também percursos autoguiados, um roteiro de observação da natureza e a implantação de uma horta comunitária. Segundo a concessionária, algumas atividades podem ser pagas.

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O centro de comando de operações está em funcionamento, mas não com a capacidade desejada. Os planos de segurança ainda incluem priorizar a vigilância com bicicleta. "Caso aconteça algum furto, a equipe conseguirá sanar o problema na hora e levar as pessoas para a delegacia", diz Samuel Lloyd, diretor da concessionária.

Os planos de curto prazo também envolvem uma revisão da relação com serviços privados oferecidos por terceiros. A cobrança para grandes assessorias esportivas funcionarem no local está entre eles, assim como a formalização dos 169 vendedores autônomos, em um sistema semelhante ao de franquias. A situação tem provocado críticas, especialmente pela possível alta nos preços.

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Professora da UFRJ e pesquisadora do Labcidade da USP, Laisa Stroher diz que os espaços de alimentação já abertos têm preços altos – de R$ 15 a R$ 50, em média, segundo a empresa responsável. "Não é possível concluir que esse serviço passou a ser acessível a um número maior de usuários."

Para 2023, a Urbia fala na entrega do restauro dos espaços arquitetônicos, que terá patrocínio de empresas. Além disso, a recuperação da marquise, que ficou sob responsabilidade da prefeitura, teve o contrato assinado no último dia 13, por R$ 500,5 mil, com previsão de entrega em até oito meses.

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Entre as mudanças implantadas estão uma maior distribuição das estações de empréstimo de bicicletas (agora exclusivas da IbiraBike) e a oferta de passeios guiados em carrinhos elétricos, cujo custo é de R$ 25 por pessoa.

Marcas

De rede de academias a fabricantes de bebidas, o número de marcas continua crescendo. A situação é alvo de críticas. Um dos exemplos mais citados é o de uma praça de alimentação, na cor vermelha do patrocinador, que chegou a ter uma roda-gigante temporária.

A Urbia argumenta que os patrocínios são uma das principais formas de obtenção de renda para o parque. "Coisas invisíveis que antes eram pagas com dinheiro público hoje são pagas através de parcerias", diz o diretor da concessionária.

Entre frequentadores, as percepções são variadas. A advogada Debora Iacono diz que é preciso melhorar a sinalização e que há uma elitização, pelos custos da alimentação e das atividades. "O parque se transformou no Shopping Parque Ibirapuera." Também critica a falta de diálogo da concessionária com o conselho gestor, que ela integra.

Já o desenvolvedor de sistemas Leandro Ikehara elogia a parceria com empresas de alimentação. Ele diz, porém, que a concessionária deveria estar atenta às críticas dos frequentadores. "A maioria das melhorias foi estética. Há trechos da pista com o asfalto quebrado ou que ficam alagados com a chuva."

Ajustes

Uma novidade no cenário brasileiro, a concessão de parques tem o Ibirapuera como a principal vitrine. Pela duração de 35 anos, especialistas apontam ajustes necessários na gestão privada do parque.

Diretor-executivo do Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo, Marcelo Ignatios avalia que a grande quantidade de marcas afeta a paisagem. "Não precisa ter exposição ostensiva. Primeiro vêm o interesse público, a paisagem, o equipamento de lazer."

Já o Conselheiro Municipal de Política Urbana e urbanista Toni Zagato avalia que a Comissão de Proteção à Paisagem Urbana precisa analisar o impacto geral – e não de forma isolada – da exposição de marcas.

Ligada à Construcap, a Urbia estreou no Ibirapuera, mas hoje detém o Parque Nacional Aparados da Serra, no Sul, e deve assinar com o Horto Florestal, na capital, e o Parque Estadual da Cantareira. A Urbia quer entrar em outros projetos, como o do Villa-Lobos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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