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Incêndio na Cinemateca destrói 1.000 rolos de filmes

Deste material, 17 são curtas-metragens e o restante são cinejornais; há cópias do acervo

São Paulo|Do R7

O incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira; segundo os bombeiros, parte do acervo foi danificada
O incêndio atingiu um galpão da Cinemateca Brasileira; segundo os bombeiros, parte do acervo foi danificada

O incêndio em parte do prédio da Cinemateca Brasileira, na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, ocorrido na madrugada desta quarta-feira (3), destruiu cerca de 1.000 rolos de filmes. De acordo com o Ministério da Cultura, o fogo atingiu um dos quatro depósitos de armazenamento de filmes em suporte de nitrato de celulose, característico da produção cinematográfica anterior à década de 1950.

O Corpo de Bombeiros foi acionado às 5h30 e enviou 12 bombeiros para combateram as chamas. O trabalho durou cerca de 30 minutos. Às 6h20, o fogo já havia sido totalmente controlado e foi feito resfriamento dos prédios vizinhos.

Segundo o MinC (Ministério da Cultura), dos cerca de 1.000 rolos de filmes queimados, 17 são curtas-metragens e o restante são cinejornais. Deste total, a maioria está conservado em outras mídias. Os filmes destruídos estavam todos em domínio público e o levantamento da parte afetada, sem duplicação, será informado pela Cinemateca nos próximos dias.

O ministério informou que a estrutura criada para acomodar o acervo de filmes no suporte de nitrato não tem rede elétrica para evitar riscos de curto-circuito e as paredes não são conectadas com o teto para evitar propagação do fogo. O fogo não atingiu nenhuma outra câmara do depósito.


A pasta explicou que o nitrato de celulose é um material que, pela sua composição físico-química, pode entrar em combustão espontânea, dependendo da temperatura no ambiente. De toda forma, os bombeiros farão uma perícia para tentar identificar a causa do incêndio.

O fogo foi controlado em meia hora; não houve vítimas
O fogo foi controlado em meia hora; não houve vítimas

Destruição


O arquivo de matrizes audiovisuais, filmes de depósito legal e todas as coleções da instituição, com cerca de 250 mil rolos de filmes, não foram afetados e seguem com suas câmaras intactas. O incêndio destruiu pouco menos de 0,4% do total do acervo, informou o ministério.

As áreas de acesso público da Cinemateca e todo o seu acervo não fílmico, composto por aproximadamente 1 milhão de documentos e objetos, estão distantes do acervo de nitrato e não foram danificados. O atendimento ao público deve ser normalizado ao longo da semana, de acordo com a disponibilidade das equipes técnicas. O secretário-executivo do MinC, João Brant, comentou o incidente no museu.


— Estamos apurando as perdas e as razões do incêndio. O nitrato de prata torna o material autoinflamável, por isso o galpão já era isolado. Felizmente, quase todo o material perdido tem cópias que correspondem diretamente aos originais, sem perda de qualidade. O processo de reestruturação da Cinemateca continuará e se intensificará nos próximos meses, e a política de ampliação do acesso digital aos acervos é uma das prioridades.

Acervo

A Cinemateca Brasileira conta com o maior acervo de imagens em movimento da América Latina, formado por cerca de 200 mil rolos de filmes, que correspondem a 30 mil títulos. São obras de ficção, documentários, cinejornais, filmes publicitários e registros familiares, nacionais e estrangeiros, produzidos desde 1895.

A instituição surgiu em 1946, quando foi formado o Segundo Clube de Cinema de São Paulo. O primeiro foi fechado em 1941, durante a repressão da ditadura pelo DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda).

Desde 1984, a Cinemateca Brasileira faz parte da estrutura do Ministério da Cultura. A instituição é a mais antiga de cinema no País. É responsável por assegurar o registro e guardar a produção intelectual cinematográfica e audiovisual nacional. Além disso, exerce atividades de restauro e preservação da produção cinematográfica nacional.

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