Indígenas protestam pelo 2º dia Prefeitura de São Paulo

Indígenas protestam pelo segundo dia em frente ao prédio da Prefeitura de São Paulo, no centro da cidade. A manifestação, que começou na quarta-feira (27), é organizada pelo povo Guarani, que vive na terra indígena Jaraguá, na zona oeste da capital.

De acordo com as lideranças do movimento, o ato faz parte das ações da Semana de Mobilização Nacional contra a municipalização da saúde indígena e o que consideram como sucateamento da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indigena). Os manifestantes se posicionam contra a municipalização do atendimento à saúde da população indígena, que atualmente é prestada pelo governo federal.

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Ainda segundo o movimento, a medida, que inclui a população no atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde), ignora as especificidades que a cultura indígena exige. "A medida ignora e desrespeita nossa língua, nossa crença, nossa espiritualidade e nosso modo de vida", afirma Thiago Wera Poty, liderança da terra indígena Jaraguá e conselheiro Distrital de Saúde Indígena.

Os manifestantes afirmam ainda que os indígenas estão sem planos de assistência à saúde e que os servidores, que prestam assistência à comunidade, não recebem salário há três meses. Denunciam que a UBS (Unidade Básica de Saúde) localizada no Jaraguá — responsável por atender a população guarani de seis aldeias — oferece atendimento precário e não respeita a saúde diferenciada da população.

A Prefeitura informou, por meio de nota, que o prefeito Bruno Covas irá receber seis lideranças da população indígena na próxima semana.

A Secretaria Municipal de Saúde, por sua vez, disse que a "unidade dispõe de uma equipe multidisciplinar de agentes de saúde e indígenas para visitação das famílias com psicólogo, além de outra equipe do Núcleo Ampliado de Saúde da Família, que realiza o trabalho com grupos de mulheres e de homens, em parceria com os CAPS Adulto Pirituba e CAPS Álcool e Drogas". O atendimento é feito, diariamente, por livre demanda, respeitando a cultura indígena.

Segundo a pasta, os partos são realizados no Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria (Pirituba). Na unidade em questão, apoia-se o serviço de horta medicinal, integrando as medicinas indígenas e fitoterapia tradicional."A secretaria informa ainda que não existe atraso no pagamento de salário dos servidores que prestam serviço na UBS do Jaraguá, coordenada pela Organização Social de Saúde, Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM)", finalizou a nota.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Ana Vinhas