Internações em UTI por Covid crescem 56%, e governo de SP emite alerta
Números ainda são menores que os de ondas anteriores, mas reforçam a necessidade de cuidados e da vacinação
São Paulo|Dayane Nascimento*, da Agência Record
A Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Governo de São Paulo decidiu emitir um alerta nesta quinta-feira (10) para o aumento expressivo na transmissão do novo coronavírus no Estado.
Nas últimas duas semanas o Conselho Gestor (antigo Comitê Científico) da pasta estadual identificou uma alta de 50% nas internações por Covid-19 em leitos de enfermaria dos hospitais e de 56% nas internações de pacientes em UTI (Unidades de Terapia Intensiva).
Embora seja um aumento significativo, o comitê destaca que o número de pessoas internadas pela Covid ainda é bem inferior aos números observados em ondas anteriores. Circulam atualmente diversas subvariantes da variante Ômicron, incluindo a confirmação de casos e óbito por infecção pela subvariante BQ1.
"O grupo de especialistas segue monitorando permanentemente a pandemia e irá se manifestar sempre que houver necessidade", afirma o infectologista David Uip, Secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde de São Paulo.
Frente ao cenário atual de alta na transmissão do coronavírus, o Conselho Gestor da Secretaria de Ciência apresenta as seguintes recomendações:
- Reforçar a necessidade de que todos os adultos com mais de 18 anos recebam as doses de reforço das vacinas. Ainda são 10 milhões de adultos que não tomaram a primeira dose de reforço e 7 milhões sem a segunda dose de reforço
- Reforçar a necessidade de aumentar a cobertura vacinal de crianças e adolescentes. Tem sido observado aumento de internações nesse grupo populacional, e a vacinação é necessária e segura para proteger nossas crianças e adolescentes
- Reforçar a necessidade de disponibilidade de tratamento com antivirais a pessoas com Covid que apresentem sintomas leves ou moderados, especialmente nos grupos vulneráveis para evitar quadros graves que possam levar a internação e eventualmente a perda de vidas
- Recomendar a utilização de máscaras em situações de maior risco de transmissão do vírus, como transporte público, e reforçar a necessidade de uso de máscaras em serviços de saúde, incluindo farmácias, onde há maior probabilidade de pessoas sintomáticas procurarem testagem e medicamentos sintomáticos para quadros gripais
- Recomendar o uso de máscaras para os grupos populacionais mais vulneráveis, incluindo os mais idosos e pessoas com comorbidades
*Sob supervisão de Rodrigo Balbino