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Internações suspeitas de Covid crescem 48,7% na cidade de SP

Em uma semana, capital mostra tendência abrupta de crescimento dos números, o que se intensifica desde início de dezembro

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7

Tendência baixa da variação de internações foi interrompida em dezembro
Tendência baixa da variação de internações foi interrompida em dezembro

As internações de pacientes confirmados ou com suspeita de Covid-19 cresceram 48,7% nos últimos sete dias na cidade de São Paulo. É o que indicam os dados do grupo de pesquisadores independentes Observatório Covid-19 BR, com base nas estatísticas do censo hospitalar organizado pela fundação Seade, do governo de São Paulo. 

O alerta de crescimento de internações na capital foi publicado em nota técnica (veja na íntegra) do Observatório Covid-19 BR nesta segunda-feira (20). O R7 analisou os dados compilados pelo grupo e constatou o aumento na última semana, que teve 1.218 internações. Nos sete dias anteriores a taxa foi de 819. 

A análise dos dados mostra também que as internações suspeitas ou confirmadas por Covid-19 passaram a crescer bruscamente a partir do dia sete de dezembro, época que a capital também registrou uma explosão nos atendimentos por síndrome gripal

"Qualquer doença que faça o número de hospitalizações subir em uma progressão geométrica, duplicando-as em poucos dias, exige toda a atenção das autoridades de saúde, visto que pode agravar rapidamente a já instalada emergência de saúde pública", afirma na nota técnica o Observatório Covid-19 BR.


Vale ressaltar, no entanto, que a porcentagem de ocupação dos leitos dos hospitais está em 33%, muito abaixo dos piores momentos da pandemia na capital paulista. Os indíces de novos casos e mortes confirmadas por Covid também estão em patamares baixos, próximos ao dos primeiros meses desde o início da crise, em março de 2020. 

O grupo de pesquisadores aponta como possíveis culpados do crescimento de internações a variante Ômicron do novo coronavírus, o início de uma epidemia da Influenza A (H3N2, linhagem Darwin) em São Paulo, ou a soma dos dois vírus ao mesmo tempo com o efeito de outras doenças respiratórias.


O observatório também lembrou que o aumento exponencial dos registros se assemelha à tendência observada em países da Europa e na África do Sul após a descoberta da variante Ômicron. 

Como solução, os pesquisadores afirmam no documento que é urgente a manutenção da vacinação, o fortalecimento da testagem, a normalização dos sistemas de informação do Ministério da Saúde e a retomada de medidas de proteção (uso de máscaras adequadas, ventilação e distanciamento físico). 


Além disso, o observatório lembra que o contexto de festas do final do ano aumenta o risco de novas infecções nos próximos dias. 

O que diz a prefeitura

Em nota, a secretaria municipal de Saúde de São Paulo informou que concentra os pacientes com SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) no Hospital Municipal da Brasilândia para realizar o painel viral dos internados e identificar quais são os tipos de vírus.

A prefeitura também reafirmou que o número de atendimentos a pessoas com sintomas gripais tem crescido nas unidades de saúde municipal. "Em novembro de 2021, a SMS registrou um total de 111.949 atendimentos de pessoas com sintomas gripais, sendo 56.220 suspeitos de Covid-19. Neste mês, até segunda-feira (20), a SMS registra um total de 156.629 atendimentos com quadro respiratório, sendo 73.718 suspeitos de Covid-19", informou.

Por causa do aumento, a Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) enviou no dia 17 de dezembro um ofício ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Estado da Saúde para pedir mais doses da vacina contra influenza. 

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