Dois irmãos, acusados de carbonizar uma família do ABC paulista em janeiro de 2020, confessaram, nesta segunda-feira (21), o crime. Jonathan e Juliano Ramos Junior admitiram participação nos crimes de roubo, homicídio e ocultação de cadáver de Romuyuki Gonçalves, Flaviana Gonçalves e o do filho do casal, Juan Victor Gonçalves, de 15 anos. • Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram De acordo com o TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), ao menos 12 testemunhas seriam ouvidas durante a audiência desta segunda (21), mas todas elas foram dispensadas pela Justiça. O julgamento aconteceu apenas com o interrogatório dos reús. Se Jonathan e Juliano, de fato, forem condenados nas próximas horas, eles poderão recorrer da decisão do TJSP, mas o recurso não acontecerá em liberdade. Os outros três réus do caso, incuindo a filha das vítimas, foram condenados em junho deste ano a penas que, somadas, totalizam mais de 192 anos de prisão. No dia 13 de junho, foram julgados Anaflávia Martins Meneses Gonçalves, a filha do casal morto, sua ex-namorada, Carina Ramos de Abreu, e Guilherme Ramos da Silva, primo de Carina. Anaflávia Martins Meneses Gonçalves foi sentenciada a 61 anos, 5 meses e 23 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Carina Ramos de Abreu pegou 74 anos, 7 meses e 10 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Já Guilherme Ramos da Silva terá de cumprir 56 anos, 2 meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado. A morte de Romuyuki, Flaviana e Juan Victor Gonçalves teve o envolvimento da filha do casal e da ex-namorada da jovem Carina. Ambas foram acusadas de planejar o assassinato da família. De acordo com a polícia, as duas informaram aos outros três suspeitos que havia R$ 85 mil na casa e ajudaram o trio a entrar na residência. No dia do roubo, segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, eles não encontraram o dinheiro e, depois de ameaçar as vítimas, decidiram matá-las. O corpo do casal e o do adolescente foram colocados dentro do carro da família e levados a uma estrada de terra em São Bernardo do Campo. O veículo foi incendiado, e as vítimas, carbonizadas. À Record TV, Carina admitiu ter participado do planejamento do assalto, mas não das mortes. Ela disse que a ex-namorada tinha arquitetado o crime. Já Anaflávia afirmou ser inocente e que os assassinatos foram premeditados pela ex-companheira. Segundo Anaflávia, Carina a convenceu de que não aconteceria nada à família, a não ser uma simulação de assalto. Os irmãos também se sentiram enganados por Carina ao perceber que não havia dinheiro na casa: "Foi uma cilada que ela arranjou para nós, porque a intenção dela, na verdade, não era roubar o dinheiro, porque não tinha dinheiro; a intenção dela era matar eles". Com a quebra de sigilo de contas na internet e as conversas entre o ex-casal por um aplicativo de mensagens, a Polícia Civil descobriu que Anaflávia e Carina haviam feito buscas relacionadas ao ocorrido. Elas pesquisaram termos referentes ao seguro de vida de Romuyuki, como "seguro de vida cobre quais mortes", "seguro de vida por morte assassinato" e "segurado de homicídio". As buscas foram encontradas no celular de Anaflávia, em 24 de dezembro de 2019, cerca de um mês antes do crime. No dia 30 de dezembro, o casal pesquisou sobre a compra de um carro de luxo, apesar de estar endividado. Dois dias antes das mortes, Carina também fez buscas sobre reforma do piso de uma residência. A metragem e a descrição da planta são compatíveis com o imóvel onde a família foi morta, o que indica a intenção das duas de se apossarem da casa.