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Jovem é achado morto com cadarço do próprio tênis dentro de escola

Principal suspeita da polícia é de que o crime esteja relacionado a dívidas com traficantes

São Paulo|Do R7

Um adolescente de 17 anos foi achado morto na sexta-feira, dia 29, dentro de uma escola estadual na Vila Medeiros, na zona norte de São Paulo. A vítima, ex-aluno do colégio, tinha o cadarço do própio tênis enrolado no pescoço e amarrado ao corrimão de uma escada. A principal suspeita da Polícia Civil é de que o crime, registrado como homicídio, esteja relacionado a dívidas do jovem com traficantes de drogas.

O rapaz foi encontrado por funcionários da Escola Estadual Sebastião de Souza Bueno, na manhã de sexta-feira (29). Os policiais militares que foram ao local contaram que o jovem estava com as costas apoiadas em uma mureta e o cadarço envolto no pescoço. A polícia não sabe como ele entrou na escola.

O colégio, que tem cerca de 1,5 mil alunos, não teve aulas na sexta-feira. A Secretaria da Educação do Estado informou que a vítima não estava matriculada na rede. De acordo com ela, o caso é de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública.

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A família do adolescente estrangulado morava a menos de três quarteirões da escola. Em depoimento à polícia, a mãe, Márcia Aparecida Silva, de 45 anos, contou que o rapaz era usuário de drogas. Há três meses, com receio das recorrentes ameaças de traficantes, ele havia decidido se mudar para a casa do pai, em Guarulhos, na Grande São Paulo. O adolescente havia deixado a casa do pai na noite anterior ao crime levando objetos da residência, informou a Polícia Civil.


Márcia Aparecida Silva lamentou a morte do filho.

— Ele era um bom menino, mas se envolveu com pessoas erradas.


Segundo ela, que é assistente administrativa, a morte do menino deixou toda a família arrasada.

— Eu espero que a polícia consiga descobrir o que realmente aconteceu.

A ocorrência foi registrada como homicídio simples no 39.º Distrito Policial, na Vila Gustavo, zona norte. O delegado responsável pelo registro do caso, Marco Antônio Virgino Munari, pediu auxílio ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) para a investigação do caso.

— Pelo envolvimento da vítima com o narcotráfico, achamos prudente apurar se houve homicídio".

Mas a hipótese de que o adolescente tenha se matado não está descartada.

Medo

Os comentários de vizinhos e alunos da escola refletem o choque com a morte do jovem, como conta Thaynara Castro, de 17 anos, aluna do 1.º ano do ensino médio noturno.

— Estou pensando em mudar de colégio.

Ela disse que não sabe nada sobre venda de drogas nem a respeito de disputas por causa do tráfico na escola.

Já Eduardo, pai de uma estudante do colégio, relatou que a venda de drogas perto da escola é comum. Ele tem 37 anos e trabalha em um estabelecimento comercial no bairro.

— Ficamos apavorados. Se tivesse recursos, colocava minha filha em uma particular.

Pesquisa do Data Popular divulgada quinta-feira, dia 28, feita a pedido do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo, revelou que 28% dos alunos da rede pública estadual já sofreram alguma violência. Do total, 8% foram alvo de agressão física. 

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